Três em cada dez mulheres condenadas têm participação no tráfico.
Dinheiro é motivação para maior parte dos crimes.
Uma pesquisa realizada em Minas Gerais mostra que o número de mulheres presas no estado vem crescendo ao longo dos anos, principalmente as prisões relacionadas ao tráfico de drogas. Desde 2007, foram 600 detentas a mais nos presídios mineiros, o que corresponde a um aumento de 35%. Três em cada dez mulheres condenadas pela Justiça têm participação no tráfico.
Segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social, os novos soldados do comércio de drogas são recrutados por grupos organizados porque despertam menos suspeitas. Ainda de acordo com a secretaria, as mulheres geralmente trabalham como vigias, motoristas ou cuidando da contabilidade das gangues.
“Até então se esperava que na boca de fumo e na porta do comércio de drogas teria uma pessoa armada, truculenta e violenta. Hoje, principalmente na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o desenho é outro. Existem meninas novas, entre 17 e 20 anos, que ocupam esses espaços”, afirma Genilson Zeferino, sub-secretário da Administração Prisional.
Ainda segundo a pesquisa, o dinheiro é a motivação para a maior parte dos crimes praticados pelas mulheres. “Na busca de suspeitos, a Polícia Militar tem que colocar dentro da sua preparação que a mulher é tão suspeita quanto o homem para cometer atividades criminosas”, diz o sociólogo Almir de Oliveira. Para o sociólogo, faltam políticas de inclusão para o público feminino no mercado de trabalho.
Outro dado que chama atenção é o número de mulheres grávidas presas em Minas Gerais. O quadro incentivou a criação da primeira cadeia exclusiva para gestantes no estado, que deverá ser inaugurada em dezembro. No local, as detentas terão cuidados especiais e poderão ficar com os filhos até que eles completem um ano de idade.
G1.
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