Denúncia é aceita integralmente; Lindemberg vai responder por quatro crimes e Everaldo por três
O juiz José Carlos de França Carvalho Neto, da Vara do Júri de Santo André, acolheu nesta terça-feira, 28, a denúncia apresentada pelo promotor de Justiça Antonio Nobre Folgado contra Lindemberg Alves Fernandes, de 22 anos, e Everaldo Pereira dos Santos, pai de Eloá Cristina Pimentel. O recebimento foi confirmado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. Entre os dias 13 e 17 deste mês, Fernandes manteve refém a ex-namorada, Eloá, e a amiga dela, Nayara Rodrigues da Silva, num apartamento no Jardim Santo André, no ABC paulista. O inquérito sobre o seqüestro foi finalizado na sexta-feira, 24.
O caso terminou com a morte de Eloá, baleada duas vezes, sendo uma na cabeça. Por esse crime, Fernandes é acusado de homicídio duplamente qualificado - motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima. Por ter alvejado Nayara, o rapaz foi denunciado por tentativa de homicídio duplamente qualificado. Há, ainda, a acusação de tentativa de homicídio qualificado pelo disparo feito por ele contra o sargento da Polícia Militar Atos Antonio Valeriano, durante a invasão do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate).
Segundo o Ministério Público, Fernandes também foi denunciado quatro vezes por disparo de arma de fogo e cinco vezes por cárcere privado - duas vezes em relação a Nayara e as demais referentes a Eloá, e aos garotos Victor e Iago, libertados no primeiro dia do seqüestro. A surpresa foi o delegado Sergio Luditza, titular do 6.º Distrito Policial de Santo André, também ter indiciado o pai de Eloá por três crimes. ,
Conhecido em São Paulo como Aldo José da Silva, o pai da garota foi indiciado por ter se apresentado a polícia com o nome falso no início do seqüestro e porque uma das armas usadas por Lindemberg no apartamento - uma espingarda - pertencia a ele. Santos está foragido da polícia de Alagoas, acusado de participar da chamada "gangue fardada".
Na ficha dele constam quatro homicídios, entre eles o do delegado Ricardo Lessa - irmão do ex-governador Ronaldo Lessa. Segundo o delegado, Lessa investigava a "gangue fardada", grupo de extermínio formada por policiais, da qual o pai de Eloá faria parte. Ele foi cabo em Alagoas até 1993.
Estadão.
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