quarta-feira, 11 de junho de 2008

Justiça acata denúncia contra jovem que matou em briga de trânsito




A Justiça acolheu a denúncia do Ministério Público contra o comerciante Ismael Vieira da Silva, acusado de matar com um tiro de pistola o estudante Alexandre Andrade Reyes, após uma discussão no trânsito, no Jabaquara, zona sul da capital. Silva foi denunciado por homicídio doloso (com intenção de matar) qualificado por motivo fútil, e também por porte ilegal de arma. O Ministério Público pediu ainda a prisão preventiva do comerciante, que também foi aceita. Com isso, Silva deve aguardar o julgamento preso. Os advogados do comerciante, no entanto, já afirmaram que vão entrar com um pedido de habeas corpus para que Silva aguarde o julgamento em liberdade.

Silva já está preso desde o dia 1º de junho, quando se entregou à polícia, depois de passar três dias foragido. Depois de se entregar, Silva participou da reconstituição do crime e afirmou que não atirou para matar, mas em legítima defesa.

- Tentei várias vezes entrar no carro para fugir, mas não deixaram. Me espancaram, quebraram meu carro e a única alternativa que tive foi essa. Se eu não tivesse uma arma no momento, acho que eu ia ficar lá, estirado no chão também - disse o comerciante depois da reconstituição.

Na versão dos amigos de Reyes, que presenciaram o crime, a discussão começou após uma brecada brusca próximo a uma lombada. Os amigos de Reyes dizem que Silva saiu do carro com a arma na mão. Segundo eles, o comerciante teria apontado a arma para o Corsa e ameaçado os jovens, que desceram do carro e foram para cima dele. No meio da briga, o rapaz teria mirado e atirado em Alexandre. Depois fugiu.

Duas pessoas que dizem ter testemunhado o crime se apresentaram na manhã da reconstituição para prestar depoimento. Para a polícia, elas afirmaram que o comerciante Ismael Vieira da Silva foi espancado por pelo menos três homens antes de tirar sua pistola do carro e disparar o tiro. O laudo da reconstituição deve ficar pronto ainda nesta semana.

Silva já tinha passagem criminal por receptação de peças de carro, encontradas em sua loja sem nota fiscal. Segundo o advogado dele, o comerciante ficou preso por dez dias e foi liberado. O defensor afirma que, como o caso está em julgamento, o cliente ainda é considerado réu primário. Silva não tem direito a prisão especial por não ter concluído o ensino superior. Ele cursa o quarto ano de Direito.


O Globo.

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