quinta-feira, 12 de junho de 2008

Garotas desaparecidas em SP queriam conhecer o mundo

Segundo funcionário do conselho tutelar de Curitibanos, meninas estranharam o frio da cidade catarinense.


As duas adolescentes de São Paulo que estavam desaparecidas desde quinta-feira, 5, e foram encontradas em Curitibanos, na noite de quarta-feira, 11, estão no Conselho Tutelar da cidade, à espera da chegada dos pais. Segundo um funcionário do conselho, os pais de Giovanna Maresti, de 15 anos, e Ana Lívia Destefani, de 16, estão a caminho para buscar as meninas. Depois de terem pegado carona com motoristas e caminhoneiros, elas chegaram a Curitibanos - lá, foram reconhecidas pelo dono do hotel onde tentavam se hospedar.

"Elas disseram que estavam entediadas e queriam conhecer o mundo", disse o conselheiro Reginaldo Cordeiro, de Curitibanos. "Mas acho que aqui, em Curitibanos, o que elas estranharam mesmo foi o frio (cerca de 9 graus e garoa fina, ontem à noite). Tinha uma que estava tremendo só com aquela jaquetinha". Elas estavam desaparecidas desde a última quinta-feira à noite, quando Giovanna ligou de seu celular para a avó dizendo que dormiria na casa da amiga. Com a divulgação da história na mídia, o dono do hotel onde as meninas pretendiam se hospedar as reconheceu e chamou a polícia.



Elas falaram ao programa Hoje em Dia, da Rede Record, sobre o desaparecimento de cinco dias. Giovanna contou que ela e a amiga decidiram fugir "para se afastar um pouco da cidade grande" e não cogitaram em nenhum momento em ir para a Argentina. Ainda segundo Giovanna, a decisão de deixar a capital paulista foi tomada na noite em que as duas foram ao cinema, há uma semana.



Para chegar ao município de Curitibanos, no interior de Santa Catarina, as estudantes precisaram de dez caronas. Giovanna negou que tenham sofrido qualquer tipo de violência na viagem e definiu como "muito boas" as pessoas que as ajudaram. "A gente passou muito bem, tivemos lugar para dormir, comida, roupa", disse ela. A garota de 15 anos afirmou que a relação dela com sua mãe era ótima.



Elas foram levadas para o Conselho Tutelar da cidade, confirmaram suas identidades e entraram em contato com suas famílias. "Está tudo bem com elas, ainda bem que foi a hipótese mais inocente. Acharam que ninguém ia se importar ou ir atrás e tentaram fugir para a Argentina", disse o irmão de Ana Lívia, Gabriel Dib. Por telefone, as adolescentes disseram à família que passaram por diversas cidades, pegando caronas - mas não detalharam o itinerário.


A mãe de Ana Lívia, Maria Valéria Destefani, ficou sabendo da notícia por volta das 20h45, depois de uma ligação de policiais da cidade de Curitibanos. "Só me falaram que elas estão bem e que vão permanecer no Conselho Tutelar até decidirmos como será a volta", diz.


"Fiquei sabendo que o dono do hotel em Curitibanos reconheceu as duas e ligou para a delegacia. Me contaram também que elas foram roubadas durante a viagem. Só isso. Devemos mandar agora as passagens aéreas, para elas voltarem logo, porque demora muito para a gente ir de carro até lá. Mas, graças a Deus, estão bem", contou a mãe.


Estadão.

Nenhum comentário:

Pesquisar este blog