quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Austríaco que abusou de filha foi maltratado pela mãe, diz psiquiatra




Os maus-tratos infligidos pela mãe ao austríaco Josef Fritzl, 73, em sua infância, explicam o seqüestro e abuso da filha, mantida em cativeiro por quase 25 anos em Amstetten, na Áustria. A causa foi apontada por um relatório psiquiátrico obtido e reproduzido em algumas partes pelo jornal austríaco "Öesterreich".

O relatório, de 130 páginas, é o resultado de seis longas entrevistas que os psiquiatras fizeram com Fritzl e entregues à Promotoria na semana passada. Ele é acusado de ter seqüestrado e violentado a filha Elisabeth durante 24 anos no porão de sua casa em Amstetten, a 130 km de Viena. Da relação incestuosa nasceram sete filhos --um bebê morreu pouco depois do nascimento por falta de cuidados.

"Sua narrativa [de Fritzl] descreve um clima familiar imprevisível com agressões humilhantes e sem motivo por parte da mãe. Sua infância o predispôs a uma invalidez emocional", afirma a psiquiatra Adelheid Kastner no relatório citado pelo jornal.

O relatório diz que, por causa da raiva que sentia contra a mãe, cresceu a necessidade em Fritzl de uma implacável dominação sobre as mulheres. "Nasci para violentar e me segurei por relativamente um longo tempo", afirmou o próprio Fritzl à psiquiatra. Ele admitiu também que tem "um fundo malvado".

Quando adolescente, Fritzl tentou buscar nos estudos uma fuga para as humilhações: tinha um comportamento socialmente aceito, vestia roupas impecáveis e vivia cercado de livros. Ele disse à psiquiatra que manteve a filha em cativeiro para afastá-la do consumo de drogas.

Quanto aos filhos, Fritzl tinha convicção de que oferecia uma boa vida às crianças presas com Elisabeth. Ele alega que levava material escolar para que ela os educasse, além de presenteá-los com brinquedos e animais de estimação. Fritzl nega que agia com sadismo.

Ainda não foi divulgada a data de julgamento de Fritzl. A promotoria, no entanto, o considera "totalmente responsável" pelos crimes cometidos no porão de sua casa. Fritzl começou a construir o porão secreto onde manteve a filha presa em 1978, provavelmente na mesma época em que começou a abusar dela. A construção tinha um total de oito portas que ele tinha de atravessar para entrar.

A mãe de Elisabeth não sabia sobre a prisão secreta. Fritzl havia dito a ela que a filha tinha fugido.

Com France Presse

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