Até ontem não tinha imaginado a possibilidade de uma máquina vender remédios de tarja preta como antidepressivos, muito menos uma que vendesse publicamente maconha.
É o que começou a ocorrer, nesta semana, em Los Angeles, nos Estados Unidos, quando se poderão comprar os remédios numa dessas máquinas parecidas com as que vendem refrigerantes. Mas o que me chamou, de fato, a atenção não foi a novidade para a saúde pública, mas como essa máquina é mais uma daquelas invenções que estimulam a reinvenção do emprego.
A notícia ganhou destaque, claro, por causa da maconha; em algumas cidades americanas é permitido vender maconha para fins terapêuticos, destinado a pacientes com o vírus da Aids e com câncer, em busca de estímulos para aumentar o apetite.
Para adquirir os remédios de tarja preta (assim como a maconha), o paciente deixa sua digital registrada numa central e ganha uma senha --e, periodicamente, seriam feitas auditorias para prevenir fraudes. Para um país tão rígido com a venda de remédios, tal procedimento não seria aprovado sem garantias de segurança.
Isso vai significar, certamente, menos pessoas empregadas numa farmácia; afinal, o custo da venda é muito menor com a máquina; ou seja, o estabelecimento terá de se reinventar para sobreviver.
Mas, por outro lado, como sempre ocorre com as inovações tecnológicas, todo um novo ramo profissional irá se abrir, demandando mais especialidades digitais, exigindo trabalhadores ainda mais qualificados. É por isso, e só por isso, que educar significa preparar os estudantes para se reciclarem o resto de suas vidas.
Fonte: Folha on Line
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