WASHINGTON - Os Estados Unidos encarceraram mais pessoas do que qualquer outro país do mundo, e pela primeira vez na história daquele país mais de 1 por cento da população adulta está atrás das grades, segundo estudo divulgado na quinta-feira.
O relatório do Centro Pew disse que no começo de 2008 havia mais de 2,3 milhões de adultos presos nos EUA. A China, que é muito mais populosa, vem em segundo lugar, com 1,5 milhão de presidiários. A Rússia ocupa a terceira posição, com 890 mil detentos.
"Além do elevado número de detentos, a América (EUA) também é líder global na taxa de encarceramento da sua cidadania, superando nações como África do Sul e Irã", disse o relatório.
A rigidez do código de processo penal, o número recorde de usuários e traficantes e drogas e uma taxa expressiva de criminalidade contribuem para que os EUA tenham a maior população prisional do planeta, tanto em termos absolutos quanto com relação à população, segundo juristas.
Em novembro, uma outra ONG jurídica havia estimado que o número de presos nos EUA havia se multiplicado por oito desde 1970. O novo relatório afirma que a população carcerária triplicou entre 1987 e 2007.
Essa situação, segundo o Centro Pew, "sobrecarrega Estados já com problemas financeiros, acarretando custos crescentes que eles mal podem atender, e sem ter um claro impacto na reincidência ou na criminalidade como um todo".
Em 2007, os Estados norte-americanos gastaram mais de 44 bilhões de dólares nas prisões, mais de quatro vezes o valor de 1987, segundo o relatório. O texto acrescenta que os gastos com prisões crescem seis vezes mais rápido que os gastos com o ensino superior.
O relatório nega que o aumento da população carcerária tenha relação com a criminalidade ou o crescimento populacional. "Ao contrário, ele deriva principalmente de uma onda de escolhas políticas que estão enviando mais violadores da lei para a prisão e mantendo-os lá por mais tempo", diz o texto, citando regras do processo penal que ampliam as penas a serem cumpridas.
Mas alguns Estados, como Texas e Kansas, tentam reverter essa tendência, com maior uso da liberdade vigiada pela própria comunidade e de penas alternativas para transgressões menos graves.
Fonte: Estadão
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