Com a Cadeia Pública superlotada, alojando 98 detentos num espaço destinado a 32, o delegado da 54ª Delegacia Regional, em Ivaiporã, Osnildo Carneiro Lemes, firmou um acordo com os presos: por causa da superlotação, eles têm autorização para dormir nos corredores e até no solário, mas desde que não haja fugas. Se isso ocorrer, todos voltam para as celas, onde o espaço é para seis, mas ficam até 14 detentos.
Depois do acordo, firmado em janeiro, a maioria dos presos tem atuado para evitar fugas. Nesta semana, os presos “apreenderam” dentro da cadeia uma broca, que seria utilizada para perfurar uma laje. A broca foi entregue ao delegado, frustrando a tentativa de fuga de um encarcerado. Lemes alega que, para controlar os presos na base da hierarquia e da disciplina, precisaria de pelo menos 15 policiais.
Protesto
A superlotação da cadeia -- que atende, além de Ivaiporã, com 32 mil habitantes, outros quatro municípios vizinhos (Jardim Alegre, Lidianópolis, Arapuã e Ariranha), totalizando uma população de 80 mil pessoas -- também tem a ver com a onda de violência que assusta a cidade. A população reclama da falta de policiamento nas ruas. No domingo, por iniciativa da subseção local da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e de outros segmentos organizados de Ivaiporã, um protesto mobilizou cerca de 2 mil pessoas, que se concentraram na Praça Manoel Teodoro da Rocha.
O presidente da OAB local, Fernando José Santilio, anuncia para os próximos dias uma reunião em Curitiba, quando um grupo de líderes de Ivaiporã se reunirá com o secretário da Segurança, Luiz Fernando Delazari, para apresentar reivindicações. A manifestação teve o apoio da prefeitura, Rotary Clube, Associação Comercial, Conselho Municipal de Segurança e associações de moradores.
A cidade quer uma nova cadeia pública, a transformação da 2ª Companhia da PM em companhia independente, com maior efetivo policial, a criação de uma subdivisão da Polícia Civil, do Instituto Médico-Legal (IML) e de uma delegacia da mulher.
Fonte: Maurício Borges - Gazeta do Povo
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