Familiares de vítimas da violência contarão com um aliado para tentar superar o trauma. Hoje, será inaugurada a Subsecretaria de Defesa da Vítima de Violência, Pró-Vítima, vinculada à Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do Distrito Federal (Sejus), que irá desenvolver um programa de apoio jurídico, psicológico e social às vítimas e familiares atingidos por crimes que atentam contra a vida.
O projeto funcionará em um prédio no Paranoá, cidade que registrou, apenas no ano passado, 15 casos de estupro e 45 homicídios. A subsecretaria abre as portas sem ônus para o Governo do Distrito Federal. À frente do projeto estará a jornalista Valéria Velasco, que sentiu na pele o que muitas vítimas de crimes violentos estão passando. Ela teve o filho Marco Antônio Velasco espancado e morto, em 1993, por uma gangue de jovens na Asa Norte.
De acordo com a subsecretária, o projeto foi criado com a função de buscar mecanismos de amparo jurídico, social e psicológico às famílias que, de repente, se veem diante de uma tragédia. "Montamos uma equipe de profissionais para dar o apoio devido a essas vítimas. Nosso objetivo é inaugurar unidades como a do Paranoá em diversas cidades do DF", afirmou.
Também foram contratados 65 estagiários para atuação em todos os núcleos que serão criados pela subsecretaria. Todos os integrantes da nova unidade trabalharão diretamente com pessoas atingidas pelos crimes. Muitas famílias de vítimas passam a sofrer problemas afetivos, emocionais e de saúde. Entre eles, medo, dificuldades de relacionamento e de voltar a ter uma vida normal. "São doenças que surgem com o trauma, como ansiedade, baixa autoestima, depressão, síndrome do pânico, dependência do álcool, drogas e medicamentos", contou Valéria Velasco.
Além do prédio inaugurado hoje, a subsecretaria estará presente no Plano Piloto, Ceilândia, Sobradinho I e II, Santa Maria e Samambaia. Testemunhas que queiram fazer alertas sobre problemas vividos por parentes de vítimas de crimes violentos também poderão utilizar um serviço de 0800, que está prestes a ser inaugurado. "Estamos realizando os últimos preparativos para ativar esse serviço. Em pouco tempo o número será amplamente divulgado", afirmou Valéria Velasco. A subsecretaria manterá, ainda, uma rede de contatos com divisões policiais como a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) e a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).
Durante a cerimônia de inauguração da subsecretaria, que irá ocorrer na Quadra 2 do Paranoá, estarão presentes algumas pessoas consideradas símbolo de luta contra a impunidade de crimes que se tornaram emblemáticos. Virão ao Distrito Federal representantes das mães da Candelária, das vítimas de Vigário Geral, dos movimentos Sou da Paz e Viva Rio, do Rio de Janeiro, e do Movimento Ives Ota, de São Paulo.
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