A morte de Tobias Lee Manfred Hahn deve chocar os gaúchos mas não pode surpreendê-los. Desde que o crack se instalou entre as camadas mais abastadas da população realidade escancarada em julho passado por ZH, na série de reportagens A Epidemia do Crack , era uma questão de tempo para que a convulsão familiar e a violência associadas à droga chegassem aos endereços nobres do Estado.
Ao longo dos últimos três ou quatro anos, a pedra perdeu o estigma de droga de miserável e começou a frequentar as altas rodas – a reportagem de ZH mostrou que médicos, empresários e até juízes de Direito haviam sido escravizados. Revelou também o avanço do crack nas escolas de elite.
O grande desafio é que se trata de uma droga de poder devastador, que vicia depois de poucas doses, exige um uso quase contínuo e impõe derrotas sucessivas a quem procura recuperação. Dependentes sentem necessidade de fumar 20, 30 vezes por dia. Na fissura, fazem qualquer coisa para conseguir uma pedra a mais – com frequência, começam roubando a própria família para sustentar o vício e depois partem para delitos mais pesados. Como resultado, crack e violência tornam-se uma coisa só.
Segundo autoridades, a droga já está por trás de algo como 70% dos homicídios. Também é o combustível de roubos, agressões e prostituição. Nada disso é novidade na periferia das cidades gaúchas, onde o crack produz execuções periódicas, leva mães a acorrentarem os filhos viciados e instaura um clima de terror. Talvez o avanço sobre as classes mais elevadas sirva pelo menos para que o problema receba toda a atenção que merece. Cabe à sociedade decidir se a morte de Tobias será um marco de virada ou apenas de uma nova rotina.
Zero Hora.
Ao longo dos últimos três ou quatro anos, a pedra perdeu o estigma de droga de miserável e começou a frequentar as altas rodas – a reportagem de ZH mostrou que médicos, empresários e até juízes de Direito haviam sido escravizados. Revelou também o avanço do crack nas escolas de elite.
O grande desafio é que se trata de uma droga de poder devastador, que vicia depois de poucas doses, exige um uso quase contínuo e impõe derrotas sucessivas a quem procura recuperação. Dependentes sentem necessidade de fumar 20, 30 vezes por dia. Na fissura, fazem qualquer coisa para conseguir uma pedra a mais – com frequência, começam roubando a própria família para sustentar o vício e depois partem para delitos mais pesados. Como resultado, crack e violência tornam-se uma coisa só.
Segundo autoridades, a droga já está por trás de algo como 70% dos homicídios. Também é o combustível de roubos, agressões e prostituição. Nada disso é novidade na periferia das cidades gaúchas, onde o crack produz execuções periódicas, leva mães a acorrentarem os filhos viciados e instaura um clima de terror. Talvez o avanço sobre as classes mais elevadas sirva pelo menos para que o problema receba toda a atenção que merece. Cabe à sociedade decidir se a morte de Tobias será um marco de virada ou apenas de uma nova rotina.
Zero Hora.
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