segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Prisões por embriaguez caem

Ao completar quatro meses em vigor, a lei de tolerância zero ao álcool no trânsito tem motivado menos prisões de motoristas por embriaguez em estradas e ruas do Rio Grande do Sul. O número de mortes em rodovias federais e estaduais entre julho e setembro igualou o registrado no mesmo período do ano passado, mas o desempenho varia conforme o mês e o tipo de via analisados. Nas últimas semanas, o consumo de álcool em bares e restaurantes dá mostras de recuperação.

As estradas federais gaúchas chegaram a registrar um aumento de 18% no número de vítimas na soma dos últimos três meses em comparação com o ano passado. As rodovias estaduais, porém, apresentaram queda de 19% e acabaram compensando o desempenho negativo. Já as vias urbanas dão mostras de receber o principal impacto da mudança na lei. Em Porto Alegre, por exemplo, as mortes foram reduzidas em 35% após a Lei Seca, em relação a 2007, conforme dados divulgados na quinta-feira pela Empresa Pública de Transporte e Circulação.

– É mais fácil mudar o comportamento na cidade, deixar de usar o carro ou até passar a beber em casa em vez de sair – avalia o especialista em segurança de trânsito Mauri Panitz.

O número de prisões de motoristas embriagados no Estado vem apresentando tendência de queda nas últimas semanas – manteve-se igual em julho e agosto, mas caiu 18% em setembro, conforme dados da Brigada Militar e da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

– A PRF continua realizando blitze e tem constatado redução no números de condutores flagrados embriagados. A sociedade está se conscientizando aos poucos – afirma o chefe da comunicação social da Polícia Rodoviária Federal no Estado, Alessandro Castro.

Essa não é a opinião de comerciantes que vendem bebidas alcoólicas. Segundo uma pesquisa realizada este mês pela seccional gaúcha da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, a venda de bebidas está em elevação.

O Departamento Nacional de Trânsito divulgou semana passada um levantamento sobre a ocorrência de acidentes depois da Lei Seca em capitais brasileiras – Porto Alegre não está entre elas. Segundo o governo federal, em julho e agosto, 15 cidades tiveram redução de 7% em mortes no trânsito.

Desde o dia 20 de junho, o condutor flagrado dirigindo alcoolizado deverá ter a Carteira Nacional de Habilitação suspensa por 12 meses, pagará multa de R$ 957,70, além de sofrer a retenção do veículo até apresentação de condutor habilitado e o recolhimento do documento. A concentração de álcool igual ou superior a 0,6 grama por litro de sangue ou 0,3 miligrama por litro de ar expelido dos pulmões é crime. Nesse caso, a pena é detenção de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a habilitação para dirigir veículo.

Zero Hora.

Nenhum comentário:

Pesquisar este blog