segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Jovens brasileiros não estão aptos a conseguir empregos bem remunerados, diz BID

BRASÍLIA - Mais de 71% dos brasileiros, entre 15 e 19 anos, não estão aptos a obter empregos bem remunerados na economia global, revela estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Segundo reportagem do jornal O Globo publicada, nesta sexta-feira, o Brasil tem a segunda maior proporção de jovens nesta feixa etária despreparados para o mercado de trabalho, entre seis países latino-americanos.

No estudo, o Peru é o único em pior situação, com 84,7% dos jovens desempregados. Os demais são México (65,4%), Uruguai (58,8%), Chile (53,4%) e Argentina (53,3%). Em todos, mais da metade da juventude está em condição desfavorável. Os dados são do período de 2000 a 2003, conforme o país. No caso do Brasil, o ano-base é 2003.

BID analisa escolaridade e desempenho em leitura

Para calcular o despreparo da juventude, o BID considerou o percentual de jovens de 18 e 19 anos que não concluíram o ensino fundamental e o desempenho dos alunos na prova de leitura do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), aplicada pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico. O estudo projetou o percentual de alunos brasileiros com fraco desempenho no Pisa (50%) para todos os estudantes.

Para o gerente de Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria, Renato da Fonseca, disse que baixa qualificação da mão-de-obra no Brasil é um entrave à maior competitividade das empresas

- É um problema crucial. A Ásia primeiro fez o dever de casa e educou a população toda. Aqui os jovens chegam sem base, sem saber ler e interpretar um texto - diz

Para Bid, despreparo tem impacto sobre crescimento

O BID levou em conta a qualidade do ensino e a baixa escolaridade. O despreparo dos jovens latino-americanos, segundo o estudo, tem impacto sobre a produtividade e o crescimento econômico.

O levantamento reconhece que o acesso à educação avançou, mas assinala que produziu pouco efeito por causa da baixa aprendizagem. Diferente do que ocorreu em países asiáticos, como a Coréia do Sul. Em nota, o presidente do BID, Luis Alberto Moreno, observa que a região precisa investir mais em educação, para que os países tenham condições de sobreviver na competitiva economia global.

O Globo.

Nenhum comentário:

Pesquisar este blog