Informe Jurídico ...: Na Delegacia de Polícia, cerca de 5% das queixas são pura perda de tempo

terça-feira, 23 de março de 2010

Na Delegacia de Polícia, cerca de 5% das queixas são pura perda de tempo

Nesta reportagem, são resgatadas algumas ocorrências pitorescas, bizarras e engraçadas registradas na polícia de Maringá. O problema é que elas geram custos.

Nem só de crimes vive um plantão policial. Dos cerca de 1,3 mil boletins de ocorrências lavrados mensalmente na 9ª Subdivisão Policial (SDP), de Maringá, pelo menos 5% envolvem situações inusitadas, curiosas e até mesmo ridículas que comprometem o funcionamento do órgão e geram gastos desnecessários ao Estado. Não são raras as ocasiões em que a polícia tem de interromper uma investigação para atender casos com desfechos surpreendentes.

Delegados, escrivães e investigadores são unânimes ao afirmar que boa parte da população ainda desconhece a verdadeira função da Polícia Civil e tenta usar a delegacia para se vingar de desafetos ou resolver problemas simples, que poderiam ser solucionados com bom senso. Há, ainda, os que subestimam a polícia e acreditam que podem enganá-la.

Outras fecham maus negócios e querem que a polícia resolva o problema mais rápido possível. “As pessoas têm de entender que a polícia não cobra nem recebe contas e não pode apreender um bem sem ordem judicial” explica a investigadora Mari Fiorese.

O escrivão Ivan Galdino de Freitas observa que todo Boletim de Ocorrência (B.O) gera um custo para a população, que banca, através de impostos, toda estrutura de segurança pública.

“O Estado poderia economizar caso a pessoa parasse para pensar antes de vir à delegacia. Pedir abertura de inquérito só porque alguém disse ter escutado uma pessoa te xingando ou porque discutiu com vizinho, familiar ou com alguém na internet não tem cabimento. Obriga a polícia e o Poder Judiciário a paralisarem trabalhos importantes, gera despesas desnecessárias e, ao final, a maioria dos casos encerra com apenas uma conversa na frente do juiz”, afirma.