HAVANA - O presidente cubano, Raúl Castro, completou a descentralização do setor agrícola e reduziu fortemente a burocracia na área, buscando estimular a produção de alimentos, informou na quinta-feira a imprensa oficial. A tomada de decisões foi transferida do governo central para os municípios, disse o "Granma, o jornal do Partido Comunista, que governa Cuba. Também foram eliminadas 104 empresas estatais que atuavam no setor.
"As delegações municipais da agricultura assumirão a responsabilidade pelo funcionamento, desenvolvimento, prevenção e controle da base produtiva agropecuária", afirmou o periódico.
O artigo do "Granma" foi o primeiro sinal oficial sobre a reestruturação, enquanto alguns aspectos haviam sido publicados pela imprensa oficial e adiantados pela Reuters. Durante décadas, o uso da terra e a distribuição de alimentos têm sido comandado pelo Ministério da Agricultura.
O avanço da agricultura é a peça-chave no redesenho econômico de Raúl Castro, que desde de janeiro substituiu oficialmente seu irmão Fidel Castro na Presidência, fora do poder por problemas de saúde. Cuba importou em 2007 alimentos pela cifra recorde de 2 bilhões de dólares e a população se queixa dos altos preços da comida.
"A produção de alimentos deve se constituir uma tarefa principal para os dirigentes do Partido (Comunista). É preciso que estejam conscientes de que no presente e, até onde é possível vislumbrar o futuro, é um assunto de segurança máxima nacional", disse Raúl em um discurso esta semana.
Em Cuba, o rendimento da agricultura e do gado fica abaixo da média da América Central e do Caribe, de acordo com especialistas. Segundo o governo cubano, cerca de metade das terras aráveis estão subutilizadas ou ociosas. Os produtores cubanos reclamam da falta de eficiência do sistema estatal, que, dizem, não entrega insumos a tempo.
Além de descentralizar a tomada de decisões, o governo cubano abriu lojas para vender, pela primeira vez em décadas, os insumos diretamente aos agricultores. Os produtores podem vender cada vez mais suas colheitas de forma direta aos consumidores e instituições estatais como escolas e hospitais.
O Globo.
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