Uma ação inédita no país contra a violência doméstica será iniciada neste Mês da Mulher. É o projeto Mãos emPENHAdas Contra a Violência, promovido pelo Poder Judiciário de MS, por meio da Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar e da 3ª Vara da Violência Doméstica e Familiar de Campo Grande.
A iniciativa terá a parceria de salões de beleza da capital, que serão multiplicadores de informações sobre todas as formas de violência doméstica e familiar contra as mulheres. Os estabelecimentos terão um selo de parceria para indicar a participação na campanha.
A ideia é capacitar os trabalhadores dos salões (cabeleireiras, manicures, depiladoras) para reconhecer nas clientes traços de violência doméstica e familiar. Identificadas as agressões, poderão passar informações sobre todas as formas de violência que a mulher sofre e os direitos que estão na Lei Maria da Penha. Os profissionais aconselharão as clientes sobre a existência de medidas protetivas e outras providências contra o agressor.
O projeto faz parte da campanha do Poder Judiciário de MS intitulado “Mulher Brasileira – Todos emPENHAdos Contra a Violência”, fazendo referência à ativista Maria da Penha Maia Fernandes. A campanha será realizada durante todo o ano, com atividades em prol da mulher e contra toda forma de violência doméstica.
No último dia 20, a coordenadora Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar e juíza da 3ª Vara da Violência Doméstica e Familiar de Campo Grande, Jacqueline Machado, reuniu na Casa da Mulher Brasileira representantes de salões de beleza da capital para apresentar o projeto e a campanha.
A expectativa é que o lançamento ocorra em meados do mês. A capacitação dos profissionais está marcada para o dia 13, na Casa da Mulher Brasileira, e será conduzido pela juíza e pelos profissionais da 3ª Vara da Violência Doméstica e Familiar.
A juíza explica que a escolha dos salões para serem o fio condutor do projeto não foi por acaso. “São nestes lugares que as mulheres costumam contar, desabafar o que está passando. O profissional terá a capacidade de identificar e dar orientação para a mulher, porque, às vezes, nem ela consegue identificar o que está passando, tamanha é a dificuldade, por estar inserida no ciclo da violência, e por não conseguir se posicionar como vítima. Este profissional saberá, depois da capacitação, identificar e orientar do melhor modo, sem revitimizá-la”.
Selo — A coordenadora da mulher explica ainda como as mulheres podem identificar os salões parceiros da campanha. “Teremos vários salões de beleza espalhados pela cidade com um selo do projeto, assim a mulher saberá que ali ela tem a possibilidade de ter orientação do que fazer, qual a melhor forma de agir, onde pode buscar ajuda, seja no sentido de denunciar ou ter um tratamento e apoio da rede de proteção das mulheres”, explica.
Fonte: TJMS. 02/03/2017.
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