quinta-feira, 22 de maio de 2008

Universitários são recrutados no Rio para servir de 'mulas' em rede de tráfico de drogas




Durante uma inspeção de rotina, policiais do Núcleo de Operações da Delegacia de Polícia Federal do Aeroporto Internacional Tom Jobim apreenderam, na manhã desta quarta-feira, cerca de 41 mil comprimidos de ecstasy e 17.600 pontos de LSD. As drogas estavam com José Luís Aromatiz Neto, de 26 anos, estudante de publicidade da Universidade Estácio de Sá da Barra da Tijuca, que foi preso, como mostra reportagem de Ronaldo Braga e Antônio Werneck, publicada no jornal "O Globo" desta quinta-feira.

Jovens universitários, com domínio de pelo menos um idioma estrangeiro, com boa aparência e idade variando entre 20 e 25 anos, estão sendo recrutados no Rio para servir de "mulas" de uma rede de tráfico internacional de drogas sintéticas que vem atuando nos estados do Sudeste brasileiro. Eles se arriscam em viagens que podem durar até dez dias e, como pagamento, não recebem mais de R$ 2 mil.

O universitário também trazia em sua mala 310 gramas de skank, um tipo de maconha feita em laboratório. Toda a mercadoria foi avaliada entre R$ 3 milhões e R$ 4 milhões. O aparelho de raios X do aeroporto captou imagens suspeitas quando a bagagem do estudante passou pela inspeção. Segundo o delegado federal Agostinho Cascardo, o universitário, que mora com os pais no Recreio dos Bandeirantes, responderá a inquérito por tráfico internacional de drogas. Policiais contaram que José Luís pareceu surpreso quando as drogas foram encontradas.

- Parecia que ele não sabia do risco que estava correndo ao chegar aqui com as drogas. Garotos de classe média fazem esse tipo de tráfico porque acabam ganhando muito dinheiro - disse Agostinho.

Atualmente, o tráfico de drogas sintéticas é o que mais preocupa a Polícia Federal de Brasília. Como o Brasil é considerado internacionalmente um país de trânsito - normalmente, a droga produzida na Colômbia, no Peru e na Bolívia apenas passa em nosso território, com destino aos Estados Unidos e à Europa -, a fiscalização é ainda muito precária.


O Globo.

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