Costumamos dizer que toda prisão é igual. Essa afirmação até serve para justificar determinadas situações. Sim, do ponto de vista da perda da liberdade, todas as prisões são iguais, mas cada uma tem a sua realidade que depende de quem a dirige, por exemplo. Também é necessário salientar que vivemos em uma sociedade construída na desigualdade e alimentada pela desigualdade. Vale o principio universal que os diferentes nunca serão tratados por igual. O mesmo se aplica na realidade prisional.
Um exemplo muito presente, sem julgamentos de quem esteja certo ou errado, é o mensalão. Ate hoje nenhuma pessoa presa. Quem é realmente culpado não sei; sei do dinheiro que continua ainda hoje sendo desviado. Parece não ser tão grave assim desviar recursos públicos. Ao lado disso, na mesma realidade e justiça brasileira, temos muitas pessoas presas por crime de bagatela. De fato, temos ai as incoerências da sociedade e da justiça brasileira. O que é e o que não é direito na justiça?
Encontrei as dez prisões mais curiosas do mundo. A mais famosa onde nunca aconteceu uma fuga em 29 anos de funcionamento na Califórnia; a mais segura, no Colorado; a mais ecológica, na Noruega: lá os presos produzem o próprio alimento, praticam esporte etc; a mais luxuosa está na Áustria, que é o país com menor índice de violência do mundo.
A mais capitalista está na Bolívia. Presos podem morar com familiares, se dedicarem ao comércio, como se tivessem em uma cidade; está anunciado o fechamento da mesma.
A mais familiar está na Espanha, onde os familiares estão presentes; a prisão menor do mundo está no canal da mancha e abriga dois detentos; a prisão mais povoada do mundo está na Rússia; a mais cara do mundo na Califórnia, avaliada em 100 milhões de dólares por estar em terrenos na Baia de São Francisco; por fim a mais divertida, nas Filipinas.
Assim, como se percebe, as particularidades se fazem presentes também dentro das prisões.
Não aparecem nessas curiosidades onde se usa mais ou menos celular, mas já daria para ter algo assim, pois mesmo sendo proibido o uso de celular nas prisões está presente em inúmeras delas. Quando essa realidade se torna muito visível, volta na mídia a questão dos bloqueadores nos presídios que nunca são instalados. Se não são instalados, fica a ideia e a possibilidade de utilização do celular tanto por presos como também por funcionários que adentram nas unidades portando seus aparelhos.
No site do Ministério da Justiça, onde estão os dados prisionais de cada estado, com os nomes de presídios e cadeias e de quem administra, há também uma pergunta se há bloqueador de celular. Talvez os dados do nosso estado estejam desatualizados, mas não existe nenhum bloqueador em nenhuma unidade prisional na Paraíba.
Se for proibido o uso, que realmente seja. Quem chega naquela unidade não faz uso do aparelho porque é proibido e está bloqueado o sinal. Não dá na verdade para brincar com coisa seria, mas se está brincando.
Não sei se em todas as prisões do mundo também falta remédio. E pelo Brasil a fora? Não sei como se tem a ousadia de falar e propagar um processo de ressocialização quando na realidade temos um retrocesso. Aqui em nossa querida Paraíba falta remédio nas unidades. A família precisa levar a roupa, remédio, material higiênico, complemento da comida.
Ressocializar pode ter um duplo sentido. Se a prisão é a universidade para o crime, a ressocialização existe e tem todo um outro significado. É verdade que existem ações incipientes demais que não atingem nem a metade do contingente prisional.
Padre Bosco Nascimento
Coordenador da Pastoral Carcerária na Paraíba
pebosco@yahoo.com.br
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