quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Taxas de homicídio são epidêmicas em 11 países da América Latina, diz ONU

A América Latina tem 11 países com taxas de homicídio consideradas epidêmicas pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e um milhão de vítimas de violência criminal em uma década, de 2000 a 2010, de acordo com um relatório apresentado nesta terça-feira pela ONU em Nova York.
Entre 2000 e 2010, a taxa de homicídios na região cresceu 11%, enquanto na maioria das regiões do mundo caiu ou se estabilizou. A região é a mais desigual e mais insegura do mundo, diz o estudo.
Em uma década, já morreram mais de um milhão de pessoas na América Latina e no Caribe como resultado da violência criminal, diz o estudo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Essa epidemia de violência, acompanhada pelo crescimento e disseminação de crimes, bem como pelo aumento do medo entre os cidadãos, ocorre apesar do fato de que a América Latina de hoje mostra economias mais fortes e integradas, menos pobreza e democracias mais consolidadas, diz o relatório.
Na última década, a América Latina foi cenário de duas expansões principais: econômica e de crimes, resume o estudo de 285 páginas e que oferece uma visão regional de segurança pública para 18 países, do México à Argentina, somando-se República Dominicana.
De acordo com os dados coletados, onze países (Brasil, Colômbia, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai, República Dominicana e Venezuela ) têm um nível elevado de assassinatos, com taxas acima de 10 por 100 mil habitantes.
Esse percentual é considerado pela OMS como um nível de epidemia. Abaixo dele estão os outros sete países analisados: Argentina, Bolívia, Chile, Costa Rica, Nicarágua, Peru e Uruguai.
O país com a menor taxa de homicídios é o Chile, com dois por 100 mil habitantes. Honduras está no topo da lista, com 77,5; enquanto México e Brasil registram 23,8 e 15,5 respectivamente.
O aumento de homicídios na América Latina afeta especialmente os jovens entre 15 e 25 anos que não trabalham nem estudam, disse Carlos Loret de Mola, moderador da apresentação do relatório, que contou com a presença do chefe do PNUD, Helen Clark, e o Sub-Secretário Geral da ONU e diretor regional do PNUD, Heraldo Muñoz.
"A segurança pública é um tema delicado, que preocupa os políticos e repercute no calor das campanhas eleitorais. É um tema crucial para várias regiões, incluindo a América Latina, porque sem paz não pode haver desenvolvimento, e sem desenvolvimento não pode haver paz duradoura", disse Clark.
Apesar dos números alarmantes, na maioria dos países, a taxa se estabilizou nos últimos dois ou três anos, e até mesmo um pequeno grupo de países que mostram um declínio modesto, diz o estudo.
INSEGURANÇA
Não só as mortes são um problema: nos últimos 25 anos, os roubos na região triplicaram, disse Clark, observando que os latino-americanos estão cada vez mais preocupados com a sua segurança.
Os países da região com alto nível de roubos são Argentina, Bolívia, Colômbia, Equador, Guatemala, Peru, Uruguai e Venezuela. Metade dos latino-americanos entrevistados acreditam que a segurança no país piorou .
Dois terços deixaram de sair à noite por temores relacionados à insegurança, Clark disse, citando uma pesquisa. De acordo com a Gallup World Poll, apenas 43,44% dos latino-americanos disseram que se sentiam seguros andando sozinhos à noite na cidade ou região onde vivem, menos que a África Subsaariana (55,3%), Europa e Ásia Central (53%), países árabes (62,9%) e Sul da Ásia (66,9%).
SOLUÇÃO
O estudo critica, em especial, os grandes déficits em justiça e segurança, que se refletem em níveis alarmantes de impunidade, na crise no sistema carcerário e na desconfiança dos cidadãos em relação às instituições da justiça e da polícia.
Nesta situação, o PNUD reconhece que não existe uma solução mágica para lidar com os desafios de segurança na América Latina, mas diz enfaticamente que é essencial reconhecer o fracasso das políticas radicais que têm sido adotados na região e deixá-las de lado.
A recomendação é usar as experiências e lições aprendidas, por exemplo, a melhorara da atuação policial a partir de sua divisão por quadrantes e o trabalho próximo com as comunidades, ou a adoção de novas tecnologias para localizar os pontos quentes do crime e concentrar esforços de prevenção.
O relatório aconselha políticas que visam melhorar a qualidade de vida da população, com prevenção da criminalidade e da violência por meio de um crescimento inclusivo, instituições de segurança e justiça eficazes, além de medidas para estimular a convivência social.

Fonte: DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

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