O Estado de Ohio (norte dos EUA), onde um condenado à morte sobreviveu à execução em setembro, deve testar nesta terça-feira, em outro detento, um método de injeção mortal inédito, denunciado por advogados como um "experimento humano".
"Trata-se de um método único no país, que utilizaremos, salvo ação judiciária, para a execução de Kenneth Biros no dia 8 de dezembro", declarou Julie Walburn, porta-voz das autoridades penitenciárias de Ohio, durante entrevista coletiva na prisão de Lucasville, onde fica a sala de execuções.
"Somos o primeiro estado do mundo a adotar um método utilizando um único produto, e a prever uma segunda opção caso a primeira não funcione", acrescentou.
Depois de a equipe de execução "formada e treinada" ter passado, no dia 15 de setembro, duas horas procurando uma veia para aplicar uma injeção letal em Romell Broom, que acabou sobrevivendo, as autoridades penitenciárias suspenderam as execuções e começaram a trabalhar numa solução.
"Meus advogados falaram com vários especialistas, entre os quais conselheiros jurídicos e um médico", explicou à AFP Terry Collins, diretor das autoridades penitenciárias que comandou 31 das 32 execuções realizadas em Ohio desde 1999.
Assim, em vez de uma combinação de três substâncias - uma para anestesiar, uma para paralisar os músculos e uma para interromper os batimentos do coração - o estado de Ohio utilizará apenas uma, um anestésico, só que em dose letal.
Se a equipe não conseguir encontrar uma veia, ou se a injeção falhar durante a execução, será aplicada no condenado uma injeção intramuscular contendo duas outras substâncias: um sedativo e um medicamento contra a dor. Segundo as novas regras, a equipe tem direito a três tentativas para executar o condenado.
Em recurso de última hora apresentado a um tribunal federal, os advogados de Kenneth Biros denunciaram um "experimento humano". "Estes produtos e estes métodos nunca foram utilizados na história dos Estados Unidos ou de qualquer outro país civilizado", argumentaram.
Eles mencionaram o sofrimento que pode provocar este novo método de execução, e lembraram que a Constituição proíbe qualquer "punição cruel".
Fonte: France Presse
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