Os professores querem combater indisciplina dos alunos com punições mais severas. Esta é a conclusão de uma pesquisa apresentada na última quinta-feira, no Seminário de Educação para a Cidadania, em São Paulo.
O estudo revela que, dos 8.773 professores consultados em 19 estados, 83% defendem uma postura mais rígida e 67,9% consideram que a expulsão é uma alternativa e deveria ser adotada.
Os dados se sustentam em outra constatação: 85,5% afirmam que houve aumento de conflitos nas instituições de ensino desde 2005. Apesar disso, o Paraná continua sendo o único Estado que tem lei proibindo a expulsão ou transferência dos estudantes como sanção.
A professora Vívian Moreno trabalha com alunos do Ensino Médio, da rede privada de ensino, em Maringá. Na opinião dela, punições severas podem ajudar a conter a indisciplina, mas não são suficientes.
Para que os resultados sejam efetivos, é preciso alinhar a postura mais rígida da instituição à colaboração dos pais.
“Normalmente, o problema começa na casa do estudante”, afirma.
Ela defende que, se a família não for envolvida no processo, não adiantará sequer expulsar alunos, porque isso significaria uma transferência do problema para outra instituição de ensino.
A secretária-geral da Direção Regional do Sindicato dos Professores do Paraná, Maria Aparecida Genovês, discorda de Vívian em relação ao enrijecimento das punições.
Segundo ela, a melhor forma de solucionar a indisciplina na sala de aula é por meio da conscientização dos pais e alunos, juntamente da adoção de medidas que visem à melhoria da qualidade de trabalho dos professores.
“Lutamos para que o salário dos professores aumente e, além disso, para que diminua o número de alunos em salas de aula”, afirma Maria Aparecida.
De forma semelhante, a chefe do Núcleo Regional de Educação (NRE), de Maringá, Adelaide Colombari, e o presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Noroeste do Estado do Paraná (Sinepe-PR), José Carlos Barbieri, defendem que o diálogo é uma forma efetiva de solução.
Adelaide defende que não existe uma receita para todos os casos e que, como cada aluno tem uma história de vida diferente, é preciso entender por que é agressivo e qual a melhor maneira de solucionar a indisciplina, com o apoio da família.
“Se o aluno é agressivo e, quando chega no colégio é tratado com punição, gera-se mais problemas”, defende a chefe do NRE.
“É preciso analisar caso a caso”, pondera.
O Diário do Norte do Paraná.
Nenhum comentário:
Postar um comentário