Expectativa de vida é maior para as mulheres, segundo o IBGE.
Pesquisa aponta que elas vivem sete anos a mais que os homens.
A pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) analisou as condições de vida dos brasileiros em 2007. A expectativa de vida subiu para todos, mas as mulheres vivem, em média, sete anos mais do que os homens.
O Brasil tem, em média, 95 homens para cada 100 mulheres. Mas não era pra ser assim. Nascem mais meninos do que meninas no país. Eles são, pelo menos, 5% a mais do que elas nas maternidades. A situação começa a se inverter a partir da adolescência.
Nas ruas, é uma antiga constatação. “Acho que tem mais mulher”, disse um rapaz. “É notável assim nas ruas que a concentração de mulheres é muito maior”, acredita uma jovem.
Segundo a pesquisa do IBGE, uma das explicações é que as mulheres vivem mais, porque são mais resistentes às doenças. Mas o principal motivo de elas serem maioria é que os homens são as maiores vítimas da violência, sobretudo na juventude.
O estudo mostra que os jovens do sexo masculino estão quatro vezes mais expostos a situações violentas no trânsito, no envolvimento com drogas ou em homicídios.
O Recife é a capital com o maior número de assassinatos. São 90 vítimas a cada 100.000 habitantes e também tem a menor proporção entre homens e mulheres no país. Logo depois, vem a Região Metropolitana do Rio de Janeiro. São 88,5 mulheres para cada 100 homens.
A dona-de-casa carioca Regina Célia Maia perdeu o filho de 25 anos assassinado. Ele era o único homem entre quatro filhos.
Gláucio Soares, pesquisador de violência urbana da Fundação Getúlio Vargas (FGV), diz que em cada dez homicídios no Brasil nove são de homens. Segundo ele, a maioria das vítimas é formada por jovens pobres, solteiros, sem religião e que cresceram longe do pai.
“Essas explicações têm a ver com uma teoria da exposição, de hábitos do cotidiano que aumentam ou diminuem o risco de matar ou morrer. A violência contra os homens agora é responsável pela solidão das mulheres, 40 anos depois”, avalia o pesquisador Gláucio Soares.
Escolaridade
Outros indicadores pesquisados pelo Instituto IBGE demonstram que a escolaridade vem aumentando, mas que a qualidade do ensino está ficando para trás.
Segundo o estudo, em 2007, 53% dos aposentados eram responsáveis pelo sustento da família. Há dez anos, eram 47%. A pobreza diminuiu nesse mesmo período. A porcentagem de famílias com renda per capita de até meio salário-mínimo caiu de 31% para 23%.
Mas a educação ainda revela números preocupantes. Apenas 17% das crianças com até três anos vão à creche no Brasil. O acesso é maior para quem ganha mais. No Ensino Fundamental, o que precisa melhorar é a qualidade. Ao todo, 1,3 milhões de crianças entre 8 e 14 anos são analfabetas. E 1,1 milhões delas estão matriculadas e freqüentam a sala de aula.
G1.
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