sábado, 27 de setembro de 2008

Polônia quer tornar obrigatória a castração química de condenados por abuso sexual

Pesquisa realizada pelo jornal "El País" mostrou que 79% dos poloneses são favoráveis a castração química. Processo moderno de castração usa versão sintética de hormônio feminino que inibe a produção de testosterona

O governo da Polônia prepara um projeto de lei para tornar obrigatória a castração química de reincidentes em casos de abuso sexual, segundo reportagem publicada nesta sexta-feira (26) pelo jornal espanhol "El País". A proposta pode ser aprovada em meio à comoção provocada no país pela história de um pai que seqüestrou a filha e abusou sexualmente dela durante seis anos. O caso lembrou o de Josef Fritzl, o engenheiro austríaco que chocou o mundo ao admitir que manteve a filha presa num porão durante 24 anos e teve seis filhos com ela. Fritzl visitou nesta sexta-feira o cativeiro da filha. Mesmo diante da memória recente sobre o escândalo, a proposta da Polônia provocou reações negativas.

A oposição polonesa, defensores dos direitos humanos e especialistas em legislação questionaram o projeto, que tornaria a legislação do país sobre o tema uma das mais duras do mundo. Reino Unido, Dinamarca, Suíça, Suécia e Alemanha já permitem a aplicação de castração química a pedófilos, mas apenas se aquele que tiver cometido o crime aceitar e se o processo for supervisionado por um psiquiatra.

Em duras declarações, o primeiro-ministro polonês reconheceu que outros países exigem a aprovação dos condenados, mas disse que "é demais chamar de seres humanos estas criaturas depravadas", segundo o "El País". De acordo com o jornal, uma pesquisa recente mostrou que 79% dos poloneses estão de acordo com a castração química, mas a sondagem não especificava se a medida seria voluntária ou obrigatória. No ano passado, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, provocou reação de vários setores do país s ao defender a adoção de leis mais rigorosas contra crimes sexuais, entre elas a castração química voluntária

O processo de castração química mais moderno utiliza uma versão sintética de um hormônio feminino para inibir a produção de testosterona, o que reduz o apetite sexual. Embora tenha possíveis efeitos colaterais como depressão, desenvolvimento de diabetes e cansaço, este método não é definitivo. No passado, já foi defendido o uso de uma substância que destruiria as válvulas que controlam a entrada e saída de sangue no pênis, o que impediria sua ereção, além da remoção cirúrgica dos testículos.

Gazeta do Povo.

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