terça-feira, 9 de setembro de 2008

Concursos vão abrir 8 mil vagas

Instituições públicas darão início a dezenas de processos de seleção entre este mês e o começo de 2009. Salários vão até R$ 19 mil

Até o início do ano que vem, instituições públicas de todo o país irão realizar concursos para preencher pelo menos 8 mil vagas, com salários que variam de R$ 500 a R$ 18 mil. Neste semestre, cerca de 3 mil vagas já estão abertas e quem deseja tentar uma colocação precisa estar atento para não perder o período de inscrições e, principalmente, para começar os estudos. Afinal, embora a quantidade de vagas seja grande, o número de interessados é sempre maior.

Em Curitiba, o concurso mais próximo é para a Guarda Municipal. As inscrições foram prorrogadas até o dia 17 de setembro. São 200 vagas para nível médio de escolaridade, e o salário chega a R$ 934,49, mais benefícios. Também na capital paranaense, o Tribunal de Justiça do Paraná tem duas vagas para o cargo de contador, com salário de R$ 4,5 mil. As inscrições vão até o dia 19 deste mês.

Em todo o Paraná, de acordo com o proprietário do curso Aprovação, Carlos André Silva Támez, empresas como Sanepar e instituições como Polícia Militar e Bombeiros vão contratar pessoal. Mas o foco dos cursinhos, e dos “concurseiros”, são os processos de seleção para cargos ligados aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário em nível nacional. “A previsão é de grande movimentação nos próximos meses”, diz Támez. Provas para o Ministério do Trabalho e para a Polícia Rodoviária Federal são alguns exemplos.

Seleção

Para conseguir um resultado satisfatório nas provas, além de estudar o conteúdo previsto no edital e manter-se bem informado, o candidato deve ficar atento às questões discursivas e de redação – dois itens que costumam definir os primeiros colocados. As dicas são do coordenador de correção de provas da Fundação Vunesp, Paulo Céu Bianco: “Nas discursivas, é melhor se ater ao que foi pedido. Muitas vezes, o candidato quer complementar e acaba colocando uma informação errada e perde pontos”.

Na redação, explica Bianco, alguns dos erros mais comuns são fugir do tema ou optar por um estilo errado. Segundo ele, muitas pessoas escrevem narrativas a questão pede uma dissertação. “É fundamental obedecer a modalidade textual e fazer uma ligação coesa entre os parágrafos.” Para construir um bom texto, três aspectos são fundamentais, segundo o coordenador: ler muito, usar a norma culta da língua portuguesa e praticar o texto.

Tentativas

O advogado Helder Macário da Cruz busca, há quatro anos, um lugar no funcionalismo público. Desde que começou a participar de concursos, ele se vê cercado por livros, resumos e notícias relacionadas ao Direito por, pelo menos, cinco horas diárias. Dependendo da prova que vai fazer, ainda se inscreve em algum curso preparatório. “Acredito que a função de servidor tem a ver comigo, além, é claro, da estabilidade e do bom salário”, comenta.

Cruz não está muito preocupado com o tempo e o dinheiro gasto em tentativas malsucedidas. O importante, segundo ele, é não desistir. “Algumas pessoas conseguem passar de primeira, mas é difícil. Já cheguei em provas e não lembrava o que tinha estudado. Em outras, achei que fui bem e acabei não sendo aprovado. Essas situações são chatas, mas tem de se levantar e continuar tentando.”

Além do empenho de horas de estudo, ser um “concurseiro” não é nada barato. No caso do advogado, as inscrições custam sempre mais de R$ 100 e, na maioria das vezes, as provas são realizadas em outras cidades. Com as viagens, entre passagem e estadia, ele gasta em média R$ 600. “Também tenho um custo alto com livros e códigos atualizados. Por isso, é preciso estar disposto e pensar bem antes de tentar uma prova”, afirma.

Gazeta do Povo.

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