quinta-feira, 5 de março de 2009

Relatório diz que EUA têm a maior população carcerária do mundo

Os EUA bateram um recorde triste: o país tem hoje o maior número de população carcerária do planeta, proporcionalmente so total de sua população: são 7,3 milhões de presos, um para cada 31 americanos, segundo recensiamento feito pelo Pew Center, que acaba de ser divulgado. O relatório diz que a população carcerária, somada aos condenados que se encontram em regime de liberdade vigiada, praticamente triplicou desde 1982. Também aumentou o contraste entre os estados no que se refere ao número de encarcerados. O estado americano com maior número de presos é a Georgia, com um preso para cada 13 adultos, enquanto que o que tem a menor população carcerária é New Hampshire, que está bem distante da média nacional: o estado tem um preso para cada 88 habitantes. Pelos dados do relatório, os EUA são hoje o país que tem 5% da população mundial e 25% do contingente encarcerado.

A superlotação do sistema carcerário americanos, de acordo com o Pew Center, também manteve durante as duas últimas décadas suas distorções sociais: entre as minorias étnicas, os negros estão hoje mais sujeitos a entrarem no sistema penitenciário do que descendentes de latinoamericanos ou de asiáticos. Nas penitenciárias americanas, há um preso em cada 11 negros, comparado com um em cada 27 latinos. A maior porcentagem de negros nas prisões americanas mostra que este grupo racial tem uma passagem pelo sistema correcional que continua a ser fortemente desproporcional ao seu peso no total da população americana, que tem, segundo o censo, 70,1% de brancos de origem anglo saxã; 12,3% de negros e 12,5% de latinos e 3,6% de origem asiática. O relatório mostra que a porcentagem da população carcerária negra continua elevada, sobretudo quando se leva em contra que hoje 80% dos negros são classificados, pelo censo, como pertencentes à classe média enquanto que há 50 anos 65% deles viviam abaixo da linha da pobreza.

_ Esta é uma situação insustentável no longo prazo, sobretudo quando se pensa que os orçamentos estaduais estão sendo reduzidos e que a crise econômica atual atinge especialmente as minorias sociais _ avalia Susan Urahn, diretora do Pew Center _ A crise abre uma janela de oportunidade para que sejam tomadas decisões que não são fáceis, como a de adotar estratégias que reduzam a população carcerária.

Entre as recomendações do relatório estão o incentivo à supervisão comunitária sobre condenados de baixa periculosidade, programas de vigilância eletrônica em que alguns presos possam cumprir a pena em casa, monitoramento à distância do desempenho dos que estão em regime de liberdade vigiada. O relatório revela que o estado do Havaí serve atualmente como um exemplo positivo por ser uma das raras unidades da federação que reduziu proporcionalmente sua população carcerária, sobretudo com o incentivo ao cumprimento de penas alternativas e à adoção de tecnologias de vigilância eletrônica.

Blog Diário de Nova York.

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