sexta-feira, 14 de setembro de 2007

O consumo excessivo de álcool

Discutir a temática acerca do excessivo consumo de álcool é algo necessário no contexto atual da sociedade, já que o consumo abusivo vem aumentando assustadoramente, sobretudo entre os jovens, causando os mais variados problemas.

O álcool é a droga, entre as licitas e ilícitas, que mais avança entre a população. Nas ruas, a transformação de um novo cenário urbano, com hordas de pessoas bebendo em bares, praças, em frente às escolas, etc.

No Brasil, mais de 60% da população, considerando todas as faixas etárias, afirmam que consomem bebidas alcoólicas. Estima-se que 10% da população sofra de dependência.

Mais preocupante é o fato de que mais de 50% dos adolescentes consomem bebidas alcoólicas. Apesar da proibição da venda para menores de idade, os adolescentes relatam que não têm dificuldades para comprar bebidas. Urge lembrar que a lei proíbe servir bebidas alcoólicas a menor de 18 anos (LCP), cuja pena ao infrator - quem serve - seja de dois meses a um ano de prisão simples. Já o Estatuto da Criança e do Adolescente proíbe "vender, fornecer (...), ministrar ou entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente, sem justa causa, produtos cujos componentes possam causar dependência". Pena: detenção de dois a quatro anos e multa. Nada mais do que "letra morta".

Quanto ao inicio do consumo, a faixa etária caiu, já que na década de 70 se começava beber entre os 14 e 15 anos, na proporção de uma moça para cinco rapazes. Já, hoje, esse inicio passou a ocorrer entre 12 e 13 anos, e as garotas não ficam mais atrás.

Os problemas causados pelo consumo excessivo de álcool são os mais variados, entre eles, perda de emprego; problemas de convívio social e familiar; agressões físicas por alguém que está sob efeito de álcool; acidentes de carro; queda de rendimento escolar; prática do sexo inseguro, favorecendo a gravidez inesperada; transmissão de doenças sexuais. O consumo excessivo de álcool é a principal porta de entrada para as drogas mais pesadas.

O que é preciso são políticas públicas eficazes para tratar da questão do consumo excessivo de álcool, entre elas, tratamento para as pessoas que usam álcool em excesso, programas de prevenção nas escolas, campanhas oficiais contra o consumo excessivo, aumento de impostos sobre bebidas alcoólicas, restrição da propaganda de bebidas, restrição de venda de bebidas em lojas de conveniência encravadas em postos de gasolina, aprovação e fiscalização da Lei Seca.

Ocorrem que as propostas custam a ser colocadas em pratica. Até agora quase nada se está fazendo para coibir o excesso no Brasil (política de avestruz do governo). A realidade preocupa, mas, e as medidas, estão a caminho?



Fonte: PRUDENTE, Neemias Moretti. O consumo excessivo de álcool. O Diário do Norte do Paraná, Maringá, 12 jun 2007. Opinião, p. 02.



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