Milton Corrêa da Costa
O insigne ministro do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, relator do processo que julga a quadrilha (mafiosa) do mensãlão, com seu gesto de coragem e exemplar comportamento na defesa da coisa pública, em sua justa indignação contra atos de corrupção no parlamento brasileiro, devidamente constatados em provas testemunhais, materiais e documentais, condenando os verdadeiros culpados do roubo aos cofres públicos, entra para a história-pátria como exemplo de decência e honradez na magistratura e lava a alma do povo brasileiro, a maior vítima do desvio do dinheiro público, da imoralidade, do roubo, da bandalheira, da falta de decência e de ética na política.
Joaquim Barbosa, com suas atitudes de austeridade, eleva e a cada dia, o bom nome do Poder Judiciário e nos enche de esperança, fazendo com que cada cidadão brasileiro volte a confiar no rigor da lei e na Justiça e na possibilidade, agora real, de se por fim à indecência na política. A coragem do humilde e ilustre brasileiro de Paracatu (MG) contagia os que acreditam num Brasil melhor e mais justo, onde as futuras gerações possam se orgulhar da classe política cuja relevante missão é servir ao povo e promover o bem comum, não se locupletar e obter vantagens ilícitas. Não assaltar descaradamente o erário, através de mecanismos sofisticados, fictícios e fraudulentos de matemática financeira, próprios dos crimes mais graves de organizações mafiosas. Imaginavam, a partir da compra de votos de parlamentares, a perpetuação de um partido político no poder, onde alguns de seus representantes abasteceriam, ad eternum, seus bolsos, sua cuecas e os paraísos fiscais com o dinheiro dos impostos e do suor do trabalhador brasileiro. Um vergonha descarada. Num país de legislação penal mais dura a prisão perpétua é o que lhes aguardava. Sem dúvida. Crimes de lesa-pátria têm que ser punidos como máximo rigor.
É como bem disse o ilustre ministro Celso de Mello, do STF, recentemente, ao proferir seu voto condenatório a alguns dos quadrilheiros do mensalão: “Esse quadro de anomalia revela as gravíssimas consequências desse gesto infiel e indigno de agentes corruptores, tanto público quanto privados, devidamente comprovados que só fazem desqualificar e desautorizar a atuação desses marginais no poder.Conclui afirmando ( e só se pode concordar) que no caso do mensalão se trata “de uma quadrilha de bandoleiros de estrada, que devem ser tratados como verdadeiros assaltantes dos cofres públicos". Brilhante, realista e corajoso parecer de um insigne magistrado na defesa da lei e da ordem e contra a falcatrua no poder.
Ao nobre ministro Joaquim Barbosa, portanto, que tem o raro poder de contagiar positivamente a magistradura brasileira, os aplausos de toda a sociedade. Em cada praça pública deste país, como perpetuaçao da imagem de um brasileiro notável, um patriota exemplar, erga-se um busto de Vossa Excelência. A triste, nojenta e vergonhosa era da imoralidade na política brasileira, ressalvados os poucos pólíticos que sempre se pautaram pelos princípios da ética e da moralidade, tem agora um divisor de águas:. O divisor de águas é o comportamento exemplar de um homem corajoso, ferrenho defensor da lei e da ordem. O povo brasileiro curva-se a quem faz a diferença. Que Deus conceda ao prezado magistrado muitos anos de vida para que possa ser testemunha da mudança para um Brasil onde políticos respeitem cada cidadão e o voto a eles destinados num estado democrático de direito.
Joaquim Barbosa, também Joaquim como o mártir Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, é, pois, um brasileiro diferenciado pela conduta ilibada e sobretudo heróica. A história da política brasileira tem agora um divisor de águas: seu nome, Joaquim Barbosa. O povo brasileiro curva-se e aplaude, pois, diante da coragem e honradez um ilustre patriota, que venceu a máfia e a bandalheira na política. A história-pátria tem o dever de reverenciá-lo ad eternum. Assim seja feito, por dever de justiça. A História do Brasil tem um novo herói que não se intimida. Um brasileiro de gestos nobres.
Milton Corrêa da Costa é cidadão brasileiro e aguarda ansiosamente o fim do julgamento do mensalão
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