segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Estudante confessa assassinato de colega e diz que sofria bullying

O estudante José Leandro Pinheiro, de 22 anos, morto na quinta-feira em uma república no Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio de Janeiro.


O delegado Rivaldo Barbosa, da Delegacia de Homicídios (DH), disse em coletiva nesta sexta-feira (26), que o motivo do assassinato de José Leandro Pinheiro, de 22 anos, morto na quinta-feira em uma república no Jardim Botânico , na Zona Sul do Rio de Janeiro, foi ocasionado por bullying de colegas, incluindo da vítima. Bruno Eusébio dos Santos, 26 anos, colega de quarto do rapaz, confessou o crime em depoimento.
"O caso está esclarecido e sua motivação definida. Bruno confessou o crime por quatro vezes durante o depoimento, na companhia de seus pais e sua tia. Ele diz ter sofrido provocações e brincadeiras desde que chegou na repúplica, há um ano e oito meses. Vamos ouvir novamente todos para apurar que tipo de provocações eram feitas", disse.
Reprodução
José Leandro Pinheiro, de 22 anos, foi morto em uma república no Jardim Botânico pelo colega de quarto
O delegado disse ainda que este é o quinto caso em que a presença dos pais é fundamental para esclarecer um crime. Ainda segundo o policial, Bruno foi indiciado por homicídio qualificado e poderá pegar de 20 a 30 anos de prisão. Ele será encaminhado neste sábado para o presídio de Bangu 2, na Zona Oeste.
O operador de produção José Erivaldo dos Santos, pai de Bruno, pediu desculpas aos familiares de José Leandro. "Os pais dele estão sofrendo como eu estou. O Bruno só pensava em estudar. Desde criança, era só livro. Ele não aproveitou a juventude", afirmou.
No dia do crime, Bruno tomou tranquilizantes com vodca e coca-cola e foi dormir ao lado da vítima por volta das 3h da manhã. Segundo Barbosa, o crime não foi premeditado. "Em depoimento, ele disse que era acordado constantemente às 5h da manhã. Na ocasião, Bruno relatou que a tosse de José Leandro o incomodou" afirmou.

Após o crime, o acusado ainda tentou cometer suicídio, ingerindo vodca, coca-cola e tomando dois fracos de tranquilizantes como Calman, Daforin e Rivotril. O delegado destacou que a confissão de Bruno bate com a perícia da polícia.
"Bruno relatou que estudava sempre de fones, além de ser uma pessoa quieta e reservada. Ele procurou acompanhamento psiquiátrico desde agosto, quando vem tomando os calmantes, e se mostrou arrependido, chorando bastante e não se lembrando do que aconteceu no dia do crime", ressaltou.
Segundo Barbosa, a Justiça vai avaliar se Bruno permanecerá no presídio ou será encaminhado para um manicômio do Estado.
* reportagem de Diego Valdevino. Último Segundo.

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