A ONU alerta que parte da polícia no Brasil se aliou ao crime organizado, é corrupta e os abusos cometidos não são punidos. Na quarta-feira (3), em Genebra, a entidade apresentará um relatório preparado sobre a situação dos assassinatos sumários no País. O Brasil terá direito à resposta. A avaliação é o resultado da visita do relator da ONU contra execuções sumárias, Philip Alston, ao Brasil ainda em 2007. O documento foi finalizado no segundo semestre de 2008, mas só agora será colocado em debate. "O Brasil tem um dos mais elevados índices de homicídios do mundo, com mais de 48.000 pessoas mortas a cada ano", alerta o documento.
De acordo com o relatório, o homicídio é a principal causa de morte entre jovens de 15 a 44 anos. Segundo a ONU, a taxa triplicou em 20 anos, atingindo 30,4 pessoas para cada 100 mil em 2002. Em 2006, a taxa caiu para 25. Mesmo assim, ainda é três vezes maior que a média mundial. A constatação é de que as políticas de segurança não estão dando resultados. Para piorar, Alston constata que a política está intimamente envolvida com o crime e que conta com um esquema de proteção para evitar as investigações pelos assassinatos. Outra conclusão do documento é alarmante: viver sob a ação das milícias formadas por policiais é tão perigoso quanto viver diante do crime organizado nos locais mais violentos do País.
Fonte: Agência Estado
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