A violência hoje é uma epidemia, portanto tem que ser tratada como questão de saúde pública. Mas não será resolvida isoladamente, pois ela está presente nos lares, nas empresas, nas escolas, na rua. Na busca de cercá-la, como se faz com epidemias, precisa-se de medidas tanto repressivas quanto preventivas. Foi com essa convicção que criamos, já em fevereiro de 2007, o Programa de Prevenção da Violência (PPV), trazendo o tema como prioridade na organização dos governos estadual e municipais e para ação a partir da sociedade.
Nossa inspiração veio da minha experiência na Coordenação da Comissão de Combate à Fome e à Miséria, no governo Itamar Franco, em 1993, e do Comunidade Solidária, no governo Fernando Henrique, em 1995, com o ativismo e a liderança da Dra. Ruth Cardoso. Concebidos um para enfrentar o problema da pobreza, e o que agora o fazemos com o problema da violência, o Comunidade Solidária e o PPV adotaram, como pressuposto, a necessidade de que os programas sociais não chegassem desde o alto dos escalões oficiais, mas fossem construídos com a própria base social e se organizassem em forma de redes. Esta experiência levou-nos à inspiração das estratégias de política pública que adotamos e explica a ativa participação das 86 organizações que formam nosso Comitê de Prevenção da Violência, cada qual com seu programa fazendo parte do PPV.
O programa estruturante Nossas Cidades, do governo estadual, através do qual se organiza o PPV, sob a coordenação da Secretaria da Saúde, trata dos espaços urbanos onde a violência se manifesta com maior intensidade, através do Mapa da Violência, construído a partir de indicadores permanentemente coletados por instituições públicas. E nessas cidades – as primeiras 50 já em organização – se identificam os pontos nevrálgicos, que recebem as ações de prevenção que vão da cultura à segurança, da habitação à educação, com o objetivo de criar as condições de convivência e atenção que permitem avançar na prevenção e no rompimento do ciclo reprodutivo da violência.
A estas áreas de maior vulnerabilidade social e risco convergiu o PPV, focando ali a energia do governo estadual e o financiamento garantido das ações, graças ao Déficit Zero. Estamos colocando em marcha 80 programas focados, envolvendo 11 secretarias de Estado e todas as suas organizações! Pois o combate à violência é uma das grandes prioridades das famílias gaúchas. Para elas governamos e é ao seu serviço que queremos ver o Estado permanentemente disponível, eficiente e eficaz.
Zero Hora. 26.06.2009
Nenhum comentário:
Postar um comentário