sexta-feira, 26 de junho de 2009

Governo vê uso de crack como endemia em regiões do país

O governo federal lança hoje novo programa de combate às drogas em cinco regiões metropolitanas no momento em que vê sinais de endemia de consumo de crack em algumas partes do Brasil.

Chamado de Ações Integradas, o projeto funcionará em três frentes (prevenção, tratamento e repressão) e englobará as cidades de Porto Alegre, Rio de Janeiro, Vitória, Salvador e Brasília -todas do Território de Paz, programa de ações do Ministério da Justiça para combate à violência em regiões consideradas mais graves.

Municípios próximos a essas cidades também participarão das ações. São Paulo não entrou nesta primeira fase, de acordo com o ministério, porque ainda não faz parte do Território de Paz. Serão investidos nessa etapa R$ 54 milhões.

"É preciso tratar o problema [das drogas] como uma endemia, especialmente o crack", afirmou o ministro Tarso Genro, a respeito do Ações Integradas -uma endemia configura-se pela presença constante de uma doença em um determinado lugar.

Avanço

Relatório do Escritório da ONU sobre Drogas e Crime (Unodoc, na sigla em inglês), apresentado nesta semana, mostra que as apreensões de crack no país passaram de 145 kg (em 2006) para 578 kg (em 2007). Esse aumento, dizem especialistas, revela avanço dessa droga no Brasil.

Pesquisas locais apontam aumento do consumo do crack em diversas cidades do país, principalmente em Porto Alegre. Mas não há dados nacionais sobre a questão.

O último levantamento de grande porte no país foi feito em 2005. Até o fim do ano, estarão prontos três novos estudos sobre o consumo de drogas entre estudantes, de acordo com a secretária-adjunta nacional de Políticas sobre Drogas, Paulina Duarte.

Treinamento

O documento que será assinado hoje, em Porto Alegre, prevê o treinamento de 80 mil pessoas, entre professores, profissionais de segurança pública e de saúde.

Nas capitais, serão abertos cursos de especialização e mestrado em tratamento nas universidades federais. "É preciso formação especializada para tratar da questão, e temos falta de capital humano", disse Paulina Duarte.

O montante de R$ 54 milhões também vai financiar projetos para a melhoria da estrutura física e de equipamentos em clínicas e hospitais da rede de tratamento no país. As operações de combate ao tráfico irão se intensificar, de acordo com a secretária. "É preciso várias frentes para termos um resultado melhor", afirmou.

Folha de São Paulo.

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