sexta-feira, 10 de abril de 2009

Consumo de bebida retorna aos patamares anteriores à Lei Seca

Ministério da Saúde mostra que brasileiro voltou a dirigir depois de beber


O brasileiro voltou a combinar bebida e direção com mais frequência nos últimos meses de 2008 em relação aos primeiros meses da Lei Seca.

De acordo com a pesquisa telefônica do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), feita pelo Ministério da Saúde, 1,5% dos brasileiros adultos admitiram ter dirigido pelo menos uma vez nos últimos 30 dias depois de ter bebido uma dose excessiva de álcool. Entre as capitais, Porto Alegre foi a que declarou o menor percentual: 0,7%.

No final do ano, a tendência inicial de queda na combinação entre álcool e direção foi revertida. Nos meses de julho, agosto, setembro e outubro do ano passado – logo após a vigência da Lei Seca –, o percentual de pessoas que afirmaram ter consumido bebidas de forma abusiva e ter dirigido depois foi de 1,3%, 0,9%, 1,2%, 1,2%, respectivamente. Em novembro e dezembro, saltou para 2,1% e 2,6% – o que fez com que o ano fechasse com a média de 1,5%, ainda abaixo dos 2% registrados no final de 2007.

– A lei tem de pegar. O país precisa desesperadamente que essa lei funcione – afirmou o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que apresentou os dados do Vigitel ontem, no Dia Mundial da Saúde.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera consumo abusivo a ingestão de álcool num mesmo momento (como uma festa) de quatro ou mais doses para mulheres e de cinco ou mais doses para os homens. Quem admite beber até três ou quatro latas de cerveja ou doses de bebidas destiladas, antes de dirigir, não entra nesta conta.

– Dezessete mil mortes por ano causadas em função da mistura de bebida e direção é pior que uma guerra. E nessa guerra nós temos dois componentes centrais: a repressão, por meio de blitz, multa e cadeia, e a conscientização, que se alcança ao longo dos anos – afirmou o ministro, negando que o governo tenha investido pouco na fiscalização, o que teria provocado a acomodação das pessoas após os primeiros meses da lei.

De acordo com dados do Vigitel 2008, o percentual de consumo abusivo de álcool para o sexo masculino foi de 29% dos entrevistados, 10 pontos percentuais acima da média nacional (19%) e três vezes maior do que o registrado entre as mulheres (10,5%). Segundo o estudo, o percentual de consumo abusivo de álcool entre homens em 2008 foi o maior desde 2006, quando teve início o Vigitel.


Zero Hora.

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