RIO - A especialista em marketing Adriana Oliveira Carvalho, do Instituto Nacional de Capacitação e Ensino Profissional (Icep), ganhou o prêmio de palestrante do ano em 2007 por causa das apresentações motivacionais que faz para grupos de mulheres em todo o país. Ela, que é do Maranhão, viaja de norte a sul do Brasil para ensinar como as ferramentas de marketing - tradicionalmente usadas para vender produtos - também são essenciais para as mulheres que querem se destacar no ambiente profissional. Na semana que vem, ela vem ao Rio ministrar a palestra "Marketing pessoal para mulheres no trabalho", na Fundação Getúlio Vargas. Ao GLOBO ONLINE, ela falou dos pontos que costuma abordar nos workshops:
A mulher ainda enfrenta o mercado de trabalho de forma diferente do homem - Sem dúvida, porque, se me permitem um pouco de poesia, a mulher, assim como a lua, as marés e as estações do ano, são regidas por hormônios que nos fazem passar por ciclos. E estas variações nos fazem ver o mundo sob várias lentes. A mulher tem mais leveza de percepção, mas ao mesmo tempo deve ser mais vigilante em relação a suas posturas e atitudes, trabalhando para ter uma coerência em relação a elas, justamente por causa dessas mudanças hormonais.
Os vários papéis que as mulheres representam podem beneficiar ou atrapalhar sua carreira - Ao longo do dia, exercemos uma variedade de funções. No trabalho, agimos de acordo com o que nossa profissão exige e de forma igualitária aos homens. Só que, na dimensão pessoal, as mulheres se desdobram: somos mães, esposas, donas de casa, filhas, irmãs.Várias mulheres em uma só, que têm como ponto comum estar sempre cuidando e administrando o outro. O marketing pessoal é uma ferramenta de autoconhecimento que nos ensina a conciliar e a separar esses papéis para atingir o sucesso. Parece simples, mas muita mulher tem dificuldade de separar seu papel de mãe do ambiente de trabalho ou o de filha quando está com o marido.
O erro mais comum das mulheres é acreditar no 'deixa a vida me levar' - Na hora de causar uma boa impressão ou de fazer o 'network', a mulher costuma pecar por não ter um planejamento, uma estratégia. É preciso ter foco e manter essa pergunta em mente: que imagem quero deixar no outro e como vou construí-la?
Mostrar as emoções no trabalho não é proibido, mas controle-se - Somos mais emotivas por causa dos hormônios. Já os homens são mais lineares e constantes. Por isso, nós mulheres devemos ter a consciência de como estas mudanças nos afetam e manter uma certa vigilância para transformar essa possível desvantagem em ferramenta exclusiva e poderosa de ver o mundo. Sorte nossa, que conseguimos ver o mundo através de várias lentes. Assim, temos várias percepções e, conseqüentemente, atitudes.
Avaliar seus pontos fortes e fracos é a melhor maneira de fortalecer sua imagem profissional - A principal ferramenta é o autoconhecimento. Desta forma, ela consegue identificar seus objetivos, valores, diretrizes. É importante não ser levada por modismos e ser fiel a você mesma e a seus ideais. O mercado profissional para as mulheres ainda é um desafio. Temos que provar, diariamente, que somos competentes e que temos uma capacidade de superação tão boa ou melhor que a dos homens. E, para avançar, nada mais importante do que ter certeza do que você quer, do papel que quer representar diante da sociedade e do tamanho da sua força interior.
O marketing pessoal serve para todas as profissionais, inclusive as que estão procurando um estágio ou já têm sucesso na carreira - O marketing pessoal nada mais é do que a capacidade que todas nós temos de gerar, nas pessoas com as quais nos relacionamos, lembranças e, por consequência, sensações que facilitam ou dificultam nossas relações profissionais. Trabalhar o marketing pessoal ajuda a mulher na medida em que ela começa a ter consciência de que sua presença sempre vai gerar algum tipo de emoção. Assim, ela pode planejar melhor a impressão que ela quer deixar em uma reunião ou em um encontro com um novo cliente.
O Globo, 22/04/2008.
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