De acordo com a Escola Superior de Polícia Civil, o processo está em fase de finalização. As convocações dependeriam agora do governo do estado.
Quase um ano depois da publicação do edital de lançamento do processo seletivo, candidatos do concurso público para a Polícia Civil reclamam da lentidão para a contratação de novos policiais. De acordo com a Escola Superior de Polícia Civil do Paraná (ESPC), responsável pelo treinamento dos convocados, no entanto, o processo está em fase de finalização. O concurso encontra-se na etapa de avaliação de títulos, a última antes da homologação dos resultados.
O edital de lançamento do concurso foi publicado no dia 25 de maio de 2007 e, segundo o Núcleo de Concursos (NC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), responsável pelo processo, todo o cronograma da seleção foi cumprido. O NC informou que é responsável somente pela aplicação das provas de conhecimentos gerais e específicos, e que a publicação dos editais depende da entidade que contratou o serviço.
O concurso estabelece 44 vagas para o cargo de delegado, 70 para escrivão, 300 para investigador e 128 para papiloscopista, todos com exigência de nível superior. Para o total das 542 vagas, foram inscritos 16.971 candidatos.
Além das duas etapas, o cargo de escrivão exigiu prova de digitação. Dentro do processo seletivo a ESPC realiza ainda um exame de higidez, testes de aptidão física, de caráter eliminatório, e uma prova de títulos, de caráter classificatório.
Falta de informação
De acordo com Ênio de Carvalho Guimarães, que tentou o concurso para o cargo de investigador, os candidatos não foram comunicados adequadamente das retificações nos editais. “As informações sobre o exame de aptidão física na retificação diziam respeito a duas provas somente, por isso achei que seriam apenas estas”, conta. “Fui lá e descobri que eram seis”.
Depois de passar por duas das provas, Guimarães diz que foi desclassificado por não cumprir o mínimo de flexões abdominais. “O número também não estava informado no documento”, reclama. O candidato entrou na Justiça para pedir para refazer a prova.
Ele não foi o único. Depois de publicada a convocação para os exames de higidez física, 28 candidatos tiveram de ser incluídos na lista por ordens judiciais. Após o resultado, um mandado de segurança determinou a inclusão de um candidato não chamado e o considerou apto para a fase de exames de aptidão física. Na fase seguinte, a da prova de títulos, quatro editais complementares incluíram oito candidatos inicialmente não convocados após determinações judiciais.
Segundo o delegado Cláudio Telles, diretor da ESPC, esse tipo de recurso judicial é comum em concursos. “Os pedidos que poderiam anular o concurso foram todos derrubados”, diz. “Não há qualquer tipo de irregularidade no processo”.
Um candidato que não quis se identificar alega que o concurso estaria para vencer. A poucos dias de completar um ano de lançamento, a convocação dos candidatos ainda não começou. O diretor da ESPC explica que o treinamento dos candidatos convocados só acontece a partir da homologação do resultado do concurso. “As chamadas não dependem nem de mim. Quem define é o governo do estado”, disse. Telles acrescenta que a validade do concurso, de dois anos, começa a ser contada apenas a partir da contratação dos policiais.
O processo de seleção já estaria no fim. Terminadas as análises dos títulos dos candidatos convocados, em andamento, é possível a autorização da contratação.
A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) não soube informar quando a homologação deve acontecer. Mas a lentidão no processo não é atípica, de acordo com a Sesp. O último concurso público da Polícia Civil para o cargo de delegado teve início em 2000 e só foi finalizado em 2002 – quando iniciaram as contratações. Para os cargos de investigador e escrivão, o processo anterior, que iniciou em 1997, terminou em 2000.
Gazeta do Povo, 29/04/2008.
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