Os advogados de defesa de Alexandre Nardoni, 29, e Anna Carolina Jatobá, 24, vão contratar uma equipe particular de peritos para avaliar os laudos do Instituto de Criminalística, que devem servir como prova para a denúncia do casal pela morte de Isabella Nardoni, 5 anos. Os advogados consideram que houve falhas nas investigações.
A estratégia dos advogados para defender o casal será a de contestar os laudos e a investigação da polícia. O inquérito entregue nesta quarta à Justiça foi acompanhado de um pedido de prisão preventiva de Alexandre e de Anna Carolina. São cerca de 1.200 páginas, divididas em seis volumes.
Entre os documentos, estão as provas colhidas pela polícia durante um mês, laudos do IML e do Instituto de Criminalística e 64 depoimentos, incluindo o do casal. Durante o interrogatório em que Alexandre Nardoni foi indiciado pelo crime, os delegados disseram ao pai de Isabella que foi encontrado vômito na camiseta dele. Na ocasião, Alexandre disse que não sabia explicar o que havia acontecido.
Havia uma pequena mancha amarelada na roupa de Alexandre - mas na bermuda, e não na camiseta. Como o Jornal Nacional exibiu, com exclusividade, o laudo da perícia diz apenas que a mancha tratava-se de uma substância amarelada. Os delegados que comandam a investigação trataram essa substância como sendo o vômito de Isabella.
O sangue encontrado no carro da família também deixou dúvidas. As manchas eram pequenas e não foi possível extrair o DNA. Na sexta-feira passada, a promotoria disse que o teste feito numa amostra recolhida na cadeirinha do bebê revelou que o sangue tem características semelhantes ao de Isabella. O promotor Francisco Cembranelli afirmou que a posição de Isabella no carro, aliada a outros fatores, permitiu concluir que se tratava de sangue de Isabella. A promotoria informou, porém, que alguém tentou limpar as manchas e isso inviabilizou o exame de DNA.
No interrogatório de Alexandre Nardoni, os delegados disseram que o sangue era de Isabella. Mas o pai da menina não soube explicar como apareceu sangue no carro.
Nesta quarta-feira, o pai de Alexandre, o advogado Antonio Nardoni,afirmou que a estratégia da família é continuar a trabalhar para provar a inocência dos dois. Segundo ele, a impressão da família, desde o início, eram que os laudos não eram conclusivos, apesar de a polícia e o Ministério Público afirmarem que eram e terem feito perguntas em cima destes dados.
- Nossa impressão desde o começo era de que os laudos não eram conclusivos. A defesa já tinha sua estratégia. A mídia está descobrindo o que a gente já sabia. Infelizmente, a polícia divulgou informações que não condiziam com a realidade - afirmou.
Para a polícia, a morte de Isabella está esclarecida. O promotor Francisco Cembranelli afirmou que as provas contra o casal são cabais e que a denúncia pode ser feita sem testemunha ocular do crime e sem a confissão do casal.
O Globo Online
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