O jogador Ronaldo, do Milan, será chamado para prestar depoimento à polícia na próxima semana sobre a confusão que se envolveu com três travestis no Rio, informou nesta terça-feira o delegado Carlos Augusto Nogueira, que conduz as investigações.
O atacante, de 31 anos, e um dos travestis foram encaminhados à delegacia da Barra da Tijuca pela Polícia Militar segunda-feira (28), depois de uma discussão em um motel. Em nota, a assessoria de imprensa do jogador descarta a possibilidade de Ronaldo comparecer à DP. Segundo a polícia, ele poderá ser ouvido em casa.
Ontem (28), o delegado disse que o jogador foi vítima de uma tentativa de extorsão do travesti André Luiz Ribeiro Albertino, conhecido como Andréia Albertine. Albertino acusa o atacante de calote em um programa com outros dois travestis e de envolvimento com drogas.
"Militante de causas sociais, Ronaldo jamais foi usuário de drogas, sendo sempre idolatrado e admirado por crianças e adolescentes do Brasil e do mundo. Os indícios apontam para uma tentativa de extorsão, onde o atacante do Milan é a única vítima e, se necessário, tomará as atitudes cabíveis", diz um trecho da nota divulgada pela assessoria do jogador.
Confusão
Segundo o delegado, o jogador disse ter ido a uma boate na Barra, comemorar a vitória do Flamengo sobre o Botafogo pela final do campeonato estadual do Rio.
O jogador confirmou, de acordo com o delegado, que ao deixar a boate foi a um motel com três travestis, mas disse ter recusado o programa quando descobriu que não eram mulheres.
"Beijei ele na boca e fiz sexo oral, mas ele não me pagou nada", disse o travesti André Luiz Albertino. Ronaldo nega.
Ontem, o travesti fugiu da delegacia enquanto registrava o caso, após ouvir do delegado que poderia ser indiciado por tentativa de extorsão. Segundo o titular da 16ª DP, Andréia Albertine pediu R$ 50 mil a Ronaldo para não revelar o caso à imprensa.
O travesti não nega que tenha pedido a quantia, mas afirma que fugiu porque empresários de Ronaldo tentaram apagar um vídeo que havia gravado, em seu celular, no quarto do motel.
"Eu saí correndo por eles tentaram pegar meu celular para apagar o vídeo, só por isso", disse.
Albertine afirmou que também voltará à delegacia no fim desta semana para depor sobre o caso. Nesta terça-feira, disse o travesti, embarcará para São Paulo, onde gravará programas de televisão.
Extorsão
Ronaldo afirmou, através de sua assessoria, ter sido vítima de tentativa de extorsão e golpe. Na delegacia, relatou que, apesar de ter recusado o programa, pagou R$ 1.000 a cada um dos travestis, que contratou porque estava "deprimido com a sua situação [recuperação de uma grave lesão que sofreu em fevereiro no joelho esquerdo] mas não gosta de se abrir com pessoas do seu entorno e queria se divertir", segundo o titular da 16ª DP.
Nesta terça-feira, o delegado deve revelar o depoimento de um outro travesti, Júnior Ribeiro da Silva, 25, conhecido como Carla, que também foi a um quarto de motel com o jogador. Ela voltou à delegacia na noite de segunda-feira para prestar depoimento, mas não quis falar com a imprensa.
Se não tiver cometido ameaça ou agressão aos travestis, Ronaldo não será indiciado por nenhum crime, afirmou o delegado.
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