sexta-feira, 18 de abril de 2008

Roberto Cabrini deixa prisão em SP e agradece apoio






O jornalista Roberto Cabrini foi libertado na noite desta quinta-feira, após receber o relaxamento da prisão em São Paulo. Com a decisão, a Justiça descarta a possibilidade de que Cabrini seja realmente um traficante.

"Eu não vou falar agora. Eu gostaria de agradecer o carinho de todos vocês. Eu pretendo dar detalhes depois com mais calma. Eu pretendo falar sobre tudo isso. Evidentemente há uma série de coisas [sobre] as quais eu não estou feliz, mas nesse momento eu quero dizer para vocês que vou continuar fazendo o meu trabalho da mesma forma e com mais coragem ainda", disse Cabrini à Folha Online na saída do distrito.

Cabrini deixou o 13º Distrito Policial, localizado na Casa Verde (zona norte), às 20h32, acompanhado dos advogados Renato Martins e Alberto Zacharias Toron.

O jornalista foi detido no início da noite da última terça-feira (15) no bairro Jardim Herculano (zona sul) com dez papelotes de cocaína, ele foi inicialmente encaminhado ao 100º Distrito Policial, que atende aquele bairro, e transferido ontem ao 13º Distrito Policial.

O jornalista estava na companhia de uma mulher, a comerciante Nadir Dias da Silva, 50, que Cabrini informou ser uma fonte em depoimento à polícia e nota veiculada para a imprensa.

Silva levaria o jornalista a ter acesso a um material que comprovaria que a polêmica entrevista realizada em maio de 2006 com Marcos Herbas Camacho, o Marcola, líder da facção criminosa PCC, foi verídica, segundo Cabrini. Em seu depoimento, Silva alegou que ela era amante do jornalista.

Toron disse que Silva ameaçava Cabrini e que a investigação deve provar que o flagrante foi forjado. Para o advogado, as declarações de Silva não devem ser tomadas em conta.

Recém-contratado pela Record, Cabrini passou pela Band e Globo, foi correspondente de guerra e apresentador de telejornal.

A Record informou que estava ciente de que Cabrini realizava uma reportagem sobre tráfico de drogas e deslocou advogados da emissora para o caso.

O Sindicato dos Jornalistas publicou ontem uma nota de apoio ao jornalista. Hoje, o presidente da Associação Paulista de Imprensa, João Baptista de Oliveira, foi ao distrito policial levar uma carta para o jornalista.

Cabrini, em seu depoimento, disse que foi obrigado a consumir cocaína diante de Silva. Um vídeo teria sido feito. Toron afirmou não temer que o material vaze.

Nenhum comentário:

Pesquisar este blog