quinta-feira, 24 de abril de 2008

Prazo para fim das investigações do caso Isabella termina semana que vem

No domingo, haverá reconstituição da morte da menina. Na quarta, avô e tia de Isabela e outras duas testemunhas prestaram depoimento.

Termina na semana que vem o prazo para a polícia concluir as investigações sobre a morte da menina Isabella. Ela morreu no dia 29 de março após ser espancada, asfixiada e jogada da janela do 6º andar do prédio onde moravam o pai e a madrasta, Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá - considerados suspeitos do crime.

O prazo inicial para o encerramento dos trabalhos da polícia é de 30 dias. Ele pode ser prorrogado, o que é pouco provável. Porém, de acordo com o promotor responsável pelo caso, Francisco Cembranelli, não está descartada a hipótese de a polícia pedir mais tempo para a conclusão.

Assim que os seis volumes e mais de 1,2 mil páginas do inquérito forem entregues ao promotor, ele tem 15 dias para oferecer a denúncia à Justiça. Se o juiz aceitar, Alexandre Nardoni e Anna Carolina passam a ser réus e podem ir a júri popular.

Depoimentos

Até quarta-feira (23), 64 pessoas haviam sido ouvidas pelos policiais do 9º Distrito Policial, do Carandiru, na Zona Norte de São Paulo - onde a investigação está concentrada. Entre elas, estão pai e madrasta de Isabella, os únicos que falaram na condição de suspeitos.

Os dois últimos a prestarem depoimento foram o do avô e da tia de Isabella, Antonio e Cristiane Nardoni. Pai e filha afirmaram a inocência do casal suspeito e negaram ter destruído provas do crime no período em que o apartamento não estava lacrado pela perícia.

Diferente do que afirmam testemunhas, Cristiane negou ter dado qualquer declaração que comprometesse o irmão na noite do crime. Ela estava em um bar e teria saído às pressas quando recebeu uma ligação informando sobre o que havia acontecido à sobrinha.

Os depoimentos de Antonio e Cristiane Nardoni eram considerados "imprescindíveis" pela polícia, assim como as falas de outras duas testemunhas, ouvidas também na quarta. Indicadas pela defesa do casal, elas moram no prédio onde ocorreu o crime e tiveram suas identidades preservadas.

Reconstituição

Agora que terminou de colher os depoimentos, a polícia pretende estabelecer a seqüência de fatos que terminaram na morte da menina. A reconstituição do crime está marcada para as 9h de domingo (27).

Alexandre Nardoni e Anna Carolina vão participar, assim como a mãe de Isabella, Ana Carolina de Oliveira. Também participarão o avô e a tia da menina, dois vizinhos, o porteiro do prédio, os funcionários do resgate e a mulher do subsíndico.

Esquema

Na tarde de quarta, o subsíndico do edifício esteve no 9º Distrito Policial do Carandiru, na Zona Norte - onde as investigações estão concentradas - para saber que providências deve tomar. O esquema de interdição de ruas ainda não foi divulgado. Mas sabe-se que o reforço na segurança em torno do edifício inclui até o fechamento do espaço aéreo por 12 horas em um raio de 3 km.

Cronômetro

A polícia vai reconstituir a cena do crime baseada nas informações apuradas pelos investigadores, mas também na versão apresentada pelo casal. Além disso, vai cronometrar toda a seqüência narrada pelo pai e pela madrasta da menina.

Casal

No boletim de ocorrência, em 29 de março, o caso foi registrado como homicídio qualificado e o pai e a madrasta de Isabella apareciam como averiguados. Cinco dias depois, Alexandre e Anna Carolina foram presos. Eles ficaram oito dias na cadeia. Saíram depois que a justiça atendeu ao pedido de habeas corpus.

Ouvidos pela segunda vez , no último dia 22, foram indiciados por homicídio doloso (quando há a intenção de matar) e triplamente qualificado, por crime cometido por motivo fútil, de forma cruel e sem chance de defesa da vitima.

Os laudos dos legistas do Instituto Médico Legal (IML) e dos peritos do Instituto de Criminalística (IC) foram anexados aos autos. A defesa chegou a anunciar que ia entrar com uma representação na corregedoria da Polícia Civil contra os procedimentos adotados pelos delegados na condução das investigações. O advogado Rogério Neres de Souza afirmou na quarta que a representação estava sendo preparada. ]



Gazeta do Povo, 24/04/2008.

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