sexta-feira, 4 de abril de 2008

PR registra uma agressão a criança a cada 7 horas

ndice tende a aumentar com notificações atrasadas. Em 2006 e 2007, foi bem pior: agressões ocorriam a cada duas horas. Em GO, garoto de 9 anos é marcado a ferro quente em fazenda.

O número de casos notificados de violência contra crianças no Paraná desde o início de 2008 já passa de 300. O dado é da Secretaria de Direitos Humanos do governo federal e revela que, a cada sete horas, uma criança é agredida física, psicológica ou sexualmente no Estado. Entretanto, como o sistema continua recebendo notificações, inclusive relativas ao ano anterior, esses números podem aumentar. A média de notificações de violência nos anos de 2006 e 2007 ficou em cerca de 1,4 mil no mesmo período - praticamente uma agressão a cada duas horas.

O Paraná ocupa a primeira posição no ranking da violência, mas a comparação com outras unidades da Federação é prejudicada porque o Estado é o que mais abastece o sistema com informações. Por outro lado, a subnotificação é grande. Basta observar que, no Brasil, de primeiro de janeiro até ontem, foram notificados 635 casos.

"Isso acontece tanto por conta de dificuldades técnicas quanto relativas aos canais de denúncia", explica o coordenador da Área de Proteção da Secretaria de Estado da Criança e da Juventude, Luciano Aparecido Souza. "O repasse das informações ainda não é o ideal, é preciso avançar nesse sentido", entende.

Na grande maioria dos casos, a agressão é praticada por pessoas do círculo familiar. A violência física compreende desde tapas e beliscões até ferimentos por objeto contundente (chinelo, vara, pedaço de pau). Segundo Souza, são comuns os casos anotados pela Secretaria da Saúde em que crianças comparecem machucadas ao hospital, sob a justificativa de que "levaram um tombo". Na verdade, elas foram agredidas, muitas vezes pelos próprios pais que as acompanham.

A violência psicológica abrange tanto apelidos quanto castigos, em casa ou na escola. O coordenador salienta também o bullying ? palavra inglesa que compreende as atitudes agressivas adotadas por estudantes contra colegas nas escolas. A lista de agressões classificadas como bullying é grande; entre elas, colocar apelidos, ofender, isolar, excluir, aterrorizar, intimidar, quebrar pertences e até mesmo roubar sistematicamente as vítimas.


Violência psicológica

O conselheiro estadual dos Direitos da Criança na macrorregião de Londrina e Maringá, Gleyson Reis, confirma que os casos de violência psicológica têm chamado a atenção. "Esses casos preocupam muito, é uma tortura que se faz com a criança e o adolescente", comenta. "A violência física e a sexual tem como ser percebida mais rapidamente, mas a psicológica não, o que acaba trazendo ainda mais prejuízos para as vítimas."


Fonte: O Diário do Norte do Paraná, 04/04/2008.

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