quinta-feira, 17 de abril de 2008

Polícia Federal: grampo só é feito em 3,5% dos inquéritos

O diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, garantiu nesta terça-feira que não há banalização do uso de escutas telefônicas no Brasil. Atualmente, segundo ele, existem 63 mil inquéritos em andamento na instituição, mas as interceptações são usadas em apenas 3,5% dos casos. De acordo com o diretor, a impressão de que as escutas são muito comuns deve-se ao fato de que as operações mais complexas, que têm maior visibilidade, recorrem a esse procedimento.

Ao ser ouvido pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Escutas Telefônicas, Corrêa reclamou do que considera falta de compromisso por parte das operadoras de telefonia. Na avaliação dele, as companhias não atendem aos pedidos de escuta com a seriedade necessária a uma investigação policial.

Relatório
Segundo o relator da CPI, deputado Nelson Pellegrino (PT-BA), as informações prestadas nesta terça vão ser incluídas no relatório final. "Ele trouxe à CPI informações valiosas sobre a prática policial; mas também questionamos o diretor sobre a necessidade de regulamentação de procedimentos na área da interceptação", afirmou.

Corrêa disse que a Polícia Federal segue todas as normas existentes sobre esse tipo de interceptação. Segundo ele, foi assinado um convênio entre a PF e o Ministério Público para integrar as suas investigações, o que possibilitará ao Judiciário acompanhar on-line o andamento dos trabalhos.

A CPI ouve nesta quarta-feira, às 14h30, o procurador Nicolao Dino de Castro e Costa Neto e o responsável pelo setor de ações restritas da diretoria da Telemar, Leonardo Garcia Cavaleiro.


Agência Camâra, 17/04/2008.

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