sexta-feira, 11 de abril de 2008

Piratas libertam tripulantes de cruzeiro francês seqüestrado

Embarcação estava ocupada há uma semana na costa africana; não há informações sobre negociações.

PARIS - Os tripulantes do cruzeiro de luxo francês Ponant, seqüestrado por piratas no Golfo de Áden há uma semana, foram libertados "sem incidentes", anunciou nesta sexta-feira, 11 o Palácio do Eliseu. O presidente francês, Nicolas Sarkozy, não forneceu detalhes sobre as circunstâncias da libertação dos 30 tripulantes, dos quais 22 são franceses, ao anunciá-la em comunicado.



O veleiro estava ancorado desde o domingo passado em águas somalis, sob a vigilância de uma embarcação da Marinha francesa. A embarcação não levava passageiros a bordo quando foi abordado por dez piratas armados há uma semana entre o Iêmen e a Somália.



Sarkozy expressou "sua profunda gratidão às forças armadas francesas e a todos os serviços do Estado que permitiram uma solução rápida e sem incidentes para este seqüestro", segundo a nota. O presidente, que "compartilha a alegria e o alívio" das famílias dos tripulantes, as receberá esta tarde, acrescenta. Na terça-feira passada, o chefe de Estado já tinha recebido no Palácio do Eliseu os parentes dos 22 tripulantes franceses do Ponant.



O ministro de Relações Exteriores francês, Bernard Kouchner, disse que o retorno dos franceses será organizado "o mais rápido possível" e agradeceu "calorosamente" a todos que contribuíram para resolver a crise. Segundo a televisão LCI, os tripulantes do veleiro - entre eles ucranianos e filipinos - serão levados a uma fragata da Marinha francesa antes de serem levados provavelmente de helicóptero a Djibuti, para dali viajar à França.



Após navegar durante dois dias sob a vigilância de uma embarcação da Marinha francesa, os piratas o ancoraram no domingo à altura de Garaad, na região semi-autônoma somali de Puntland. Nesse dia, o ministro de Exteriores, Bernard Kouchner, anunciou que as autoridades francesas tinham estabelecido "contato" com os piratas. Também informou que os reféns estavam sendo bem tratados.



Na segunda-feira, uma equipe de elite francesa chegou a Djibuti, onde o país europeu tem uma base militar, para uma eventual operação caso fracassassem as negociações para a libertação dos tripulantes do Ponant.



Esta região da Somália é repleta de piratas marítimos, que assaltam cargueiros para roubar mercadorias ou para seqüestrar turistas e tripulantes em busca de resgates. Após indicar que no ano passado entre 200 e 300 navios foram atacados nessa região sem que houvesse mortos, Kouchner antecipou esta semana que a França pedirá ao Conselho de Segurança da ONU "uma vigilância internacional regular" nessas águas.



Navios da Marinha francesa escoltaram no final de 2007 e princípio de 2008 navios fretados pelo Programa Mundial de Alimentos, depois que vários fossem atacados por piratas e perdessem os alimentos que transportavam.


Estadão, 11/04/2008.

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