quarta-feira, 2 de abril de 2008

No exterior, pesquisas tiveram resultados favoráveis à "castração química"

Para o professor de bioética Reinaldo Ayer, da faculdade de medicina da USP, o tratamento de pedófilos com inibidores sexuais deve ser pesquisado e aplicado, mas desde que haja consentimento do paciente e que ele seja realizado com acompanhamento psicológico.

"Qualquer projeto de pesquisa tem que ter o consentimento do paciente ou de seu responsável, o que nesse caso é muito complicado", diz Ayer. Foi exatamente o que mostrou um estudo realizado em 1992 no hospital Saint Thomas, em Ontário, Canadá. Apenas dez dos 28 pedófilos recrutados aceitaram o tratamento com medicamentos. Destes, só sete foram até o fim do estudo, de 28 semanas.

No Reino Unido, a polêmica ocorreu em relação ao consentimento. Lá o tratamento foi aprovado e é utilizado somente com anuência dos dos condenados por pedofilia, não como punição.

Pesquisas revelaram eficiência entre 30% e 75% dos pacientes. No Hamot Medical Center, na Pensilvânia (EUA), um estudo de 2005 com o acetato de medroxiprogesterona causou em pedófilos, segundo as conclusões dos pesquisadores, "queda dos níveis de testosterona (...), desejo em relação a crianças e masturbação relacionada a pensamentos ligados a crianças".

Na Universidade de Massachusets, também nos EUA, um estudo do ano anterior envolvendo seis jovens com histórico de vários crimes sexuais concluiu que "todos tiveram redução dos sintomas" e que o uso de medicamentos "deve ser mais estudado".


Fonte: Folha Online, 02/04/2008.

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