terça-feira, 8 de abril de 2008

Menina nasce com dois rostos na Índia

Pais se recusam a procurar médicos e consideram a criança um 'presente de Deus' como está.

A família da menina indiana que nasceu com dois rostos, e que tem sido venerada como "um presente de Deus" por moradores locais, não vai consultar médicos para ver se a criança precisa receber tratamento ou cirurgias corretivas, segundo informações do The Guardian.

O bebê, que ainda não tem nome, é filho de um trabalhador, Vinod Kumar, e sua esposa, Sushma, nasceu há quatro semanas em um vilarejo há 56 quilômetros de Délhi. Desde seu nascimento, a família tem recebido centenas de visitantes em sua casa. "Pessoas vêm em caminhões e formam fila em nossa porta", conta Kumar, de 24 anos.

A razão pela qual multidões se aglomeram: ela tem dois pares de olhos, dois narizes, duas bocas e apenas um par de orelhas.

A mãe da criança, de 19 anos, diz que aceitou "o jeito da filha e que o resto do mundo aceitará também. Por que eu deveria lamentar, afinal de contas, Deus formou suas feições e foi ele que decidiu como ela deveria ser."

A família, pobre e iletrada, não acredita que a ciência moderna possa ajudar a menina e já está construindo um pequeno templo para a menina no vilarejo.

Kumar disse que quando sua filha nasceu, a equipe do hospital disse à família que tudo estava normal. "Então qual a necessidade de buscar ajuda médica? Ela se alimenta através de uma boca e chupa o dedo com a outra. Ela é apenas um bebê."

Médicos prevêem uma vida difícil para a garotinha, que nasceu sem nenhum cuidado pré-natal. Eles disseram que é um caso extremamente raro, com o bebê tendo dois crânios colados juntos, e que separá-los está fora de questão.

"As chances de sobrevivência não são muito grandes nesses casos", disse Mukul Verma, neurologista do hospital Apollo, em Délhi. "É um defeito de desenvolvimento em que duas coisas diferentes se formaram parcialmente. Isso requer cirurgias plásticas para tentar remover uma das faces. Entretanto, tudo depende de como o cérebro está alocado, assim como as vias aéreas e de alimentação."


Estadão, 08/04/2008.

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