sábado, 26 de abril de 2008

Marinha encerra buscas por padre em SC neste sábado

Em situações similares, a Marinha utiliza o prazo de 72 horas para buscas. Com o dia de sábado, os trabalhos de resgate ao religioso completarão mais de 140 horas em operação ininterrupta.

A Marinha do Brasil, que ainda persistia na busca pelo padre Adelir de Carli, desaparecido desde o dia 20 de abril no litoral catarinense, informou que suspenderá as atividades no local a partir deste sábado (26), encerrando seis dias de operações. Na quarta-feira (23), a Aeronáutica, que mantinha um avião da Força Aérea Brasileira à disposição das buscas, encerrou as atividades.

Durante o sábado, os esforços deverão ser intensificados no litoral de Santa Catarina. Estarão em operação um rebocador de alto-mar, lanchas da Capitania dos Portos de Santa Catarina, um helicóptero do Comando do 5º Distrito Naval, um navio hidro-oceanográfico e dois navios varredores.

O período de sobrevivência de uma pessoa em alto-mar é indeterminado, pois depende das condições físicas e psicológicas do náufrago, bem como das condições meteorológicas, segundo a oficial de comunicação social do Comando do 5º Distrito Naval, Catia Sandri. As condições climáticas no local, de acordo com a Marinha, são favoráveis, com boa visibilidade, e temperatura da água em torno de 22°C.

Como parâmetro eficaz nas buscas em situações similares, no entanto, a Marinha utiliza o prazo de 72 horas. Com o dia de sábado, os trabalhos de resgate ao religioso completarão mais de 140 horas em operação ininterrupta. O Corpo de Bombeiros de Santa Catarina, em casos de desaparecimento, prossegue com buscas durante sete dias.

A família do padre chegou a alugar um avião para ajudar nas buscas, mas, segundo o telejornal Paraná TV, a aeronave não operou nesta sexta-feira (25). O irmão de De Carli, que acompanha as buscas, não foi localizado para comentar.

Bombeiros voluntários do município de Penha chegaram a procurar o religioso por terra, após um pressentimento de um fiel de que o padre estaria perdido em um matagal. De acordo com o comandante do grupo de radiopatrulha área da Polícia Militar de Santa Catarina, Nelson Henrique Coelho, as possibilidades de se encontrar o padre vivo diminuem cada vez mais, mas “enquanto não achar nenhum vestígio, a busca é por uma pessoa viva”, definiu.

As buscas pelo padre De Carli aumentaram os encontros de corpos no litoral de Santa Catarina. “Nunca atendemos tantos chamados para verificar corpos no Litoral”, explicou o comandante Coelho.

De Carli decolou de Paranaguá, no litoral do Paraná, no início da tarde de domingo (20), levado por mil balões de gás coloridos. Ele pretendia voar para o Oeste do Paraná, mas o vento forte levou o padre até o mar de Santa Catarina. O último contato do religioso, por celular, foi feito por volta das 21h do mesmo dia.


Gazeta do Povo, 26/04/2008.

Nenhum comentário:

Pesquisar este blog