sexta-feira, 25 de abril de 2008

Leitores acreditam que quem defende legalização da maconha tem o direito de se manifestar

RIO - Os manifestantes que defendem a legalização da maconha têm o direito de se expressar. Pelo menos essa é a opinião de 55,36% dos 2.090 leitores que participaram da enquete do GLOBO ONLINE, que perguntava "Você é a favor da marcha da maconha convocada para o dia 4 de maio?". Destes, 2,92% também defendem a manifestação, se baseando no fato de que o próprio secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, chegou a apoiar a marcha, em 2007.

O apoio ao ato, no entanto não conquistou a unanimidade entre os internautas: 42,97% deles consideram a marcha uma forma de apologia ao tráfico. Além disso, para outros 1,67% essa discussão é muito séria e deveria ser feita apenas por políticos.

No dia 16, O GLOBO ONLINE publicou reportagem sobre a opinião de leitores , que ficaram divididos sobre a realização da Marcha da Maconha. Para o leitor que se identificou como Roberto de Paula, "se houvesse um governo com capacidade, inteligência, honestidade e decência no Brasil, esse tipo de coisa não existiria. Quem usa droga é parceiro do crime e deve ser punido com o mesmo rigor que o traficante". Já o internauta que se identificou como José Fernandes afirma que no dia em que "liberarem as drogas, o preço delas vai cair tanto que ninguém vai querer traficar com produto pouco procurado".

Contrários ou não, o fato é que o próximo dia 4 vai ser marcante para os usuários da maconha em todo o mundo. Na capital fluminense, a marcha da maconha vai sair do Arpoador às 14h e irá até o Posto 9, já em Ipanema. O evento - que será realizado em 20 países e reúne pelo menos 1 milhão pessoas - também vai passar pelas ruas de mais nove cidades do Brasil (Brasília, Belo Horizonte, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, João Pessoa, Recife, Salvador, e São Paulo).

No ano passado, a manifestação foi marcada por uma polêmica religiosa: um dos panfletos usados pelos manifestantes trazia uma imagem do Cristo Redentor. Na ocasião, o presidente da grupo jovem católico Opus Christi, Luiz Carlos Rocha, entrou com uma ação na Justiça contra os organizadores da marcha.

Polícia prende cinco que faziam divulgação da passeata

Na madrugada do último domingo, cinco pessoas foram presas, autuadas por apologia ao uso de drogas , enquanto faziam divulgação da marcha. A prisão foi autoritária na opinião de advogados criminalistas . Para os especialistas, o fato de os jovens distribuírem panfletos para a manifestação em defesa da legalização da maconha , marcada para o próximo dia 4 de maio, não configura crime. Os cinco foram autuados e liberados em seguida, sendo que a pena pode chegar a seis meses de prisão.

O próprio governador Sérgio Cabral já defendeu o debate em torno da legalização no ano passado , quando também o secretário de Segurança, José Marioano Beltrame, aprovou a manifestação:

- A passeata é uma forma justa e legítima - disse Beltrame, na época.


O GLobo Online, 25/04/2008.

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