sábado, 5 de abril de 2008

Juiz que luta contra o narcotráfico

Esse juiz trabalha

Ameaçado pelo narcotráfico, juiz federal vive confinado no fórum.
Trabalhando há um ano em Ponta Porã (MS), na fronteira com o Paraguai,
Odilon de Oliveira já condenou 114 traficantes.


Odilon de Oliveira, de 56 anos, estende o colchonete no piso frio da sala,
puxa o edredom e prepara-se para dormir ali mesmo, no chão, sob a vigilância
de sete agentes federais fortemente armados. Oliveira é juiz federal em
Ponta Porã, cidade de Mato Grosso do Sul na fronteira com o Paraguai e,
jurado de morte pelo crime organizado, está morando no fórum da cidade. Só
sai quando extremamente necessário, sob forte escolta.

Em um ano, o juiz condenou 114 traficantes a penas, somadas, de 919 anos e 6
meses de cadeia, e ainda confiscou seus bens. Pó tê-los colocado atrás das
grades, ele perdeu a liberdade.

"A única diferença é que tenho a chave da minha prisão."

Traficantes brasileiros que agem no Paraguai se dispõem a pagar US$ 300
milpara vê-lo morto. Desde junho do ano passado, quando o juiz assumiu a
vara de Ponta Porã, porta de entrada da cocaína e da maconha distribuídas em
grande parte do País, as organizações criminosas tiveram muitas baixas.

Nos últimos 12 meses, sua vara foi a que mais condenou traficantes no País.

Oliveira confiscou ainda 12 fazendas, num total de 12.832 hectares, 3
mansões (uma, em Ponta Porã, avaliada em R$ 5,8 milhões), 3 apartamentos, 3
casas, dezenas de veículos e 3 aviões, tudo comprado com dinheiro das
drogas. Por meio de telefonemas, cartas anônimas e avisos mandados por
presos, Oliveira soube que estavam dispostos a comprar sua morte.

"Os agentes descobriram planos para me matar, inicialmente com oferta de
US$100 mil."

No dia 26 de junho, o jornal paraguaio La Nación informou que a cotação do
juiz no Mercado do crime encomendado havia subido para US$ 300 mil.

"Estou valorizado", brinca ele.

Ele recebeu um carro com blindagem para tiros de fuzil AR-15 e passou a
andar escoltado. Para preservar a família,mudou-se para o quartel do
Exército e em seguida para um hotel.

Há duas semanas, decidiu transformar o prédio do Fórum Federal em casa."No
hotel, a escolta chamava muito a atenção e dava despesa para a PF"

É o único caso de juiz que vive confinado no Brasil. A sala de despachos de
Oliveira virou quarto de dormir. No armário de madeira, antes abarrotado de
processos, estão colchonete, roupas de cama e objetos de uso pessoal. O
banheiro privativo ganhou chuveiro. A família - mulher, filho e duas filhas,
que ia mudar para Ponta Porã, teve de continuar em Campo Grande. O juiz só
vai para casa a cada 15 dias, com seguranças. Oliveira teve de abrir mão dos
restaurantes e almoça um marmitex, comprado em locais estratégicos, porque o
juiz já foi ameaçado de envenenamento. O jantar é feito ali mesmo. Entre um
processo e outro, toma um suco ou come uma fruta.

"Sozinho, não me arrisco a sair nem na calçada."

Uma sala de audiências virou dormitório, com três beliches e televisão.
Quando o juiz precisa cortar o cabelo, veste colete à prova de bala e sai
com a escolta. "Estou aqui há um ano e nem conheço a cidade."

Na última ida a um shopping, foi abordado por um traficante. Os agentes
tiveram de intervir.

Hora extra: azar do tráfico que o juiz tenha de ficar recluso. Acostumado a
deitar cedo
e levantar de madrugada, ele preenche o tempo com trabalho. De seu "bunker",
auxiliado por funcionários que trabalham até altas horas, vai disparando
sentenças. Vejam algumas:

O mega traficante Erineu Domingos Soligo, o Pingo, foi condenado a 26 anos e
4 meses de reclusão, mais multa de R$ 285 mil e o confisco de R$ 2,4 milhões
resultantes de lavagem de dinheiro, além da perda de duas fazendas, dois
terrenos e todo o gado.

Carlos Pavão Espíndola foi condenado a 10 anos de prisão e multa de R$ 28,6
mil. Os irmãos Leon e Laércio Araújo de Oliveira, condenados respectivamente
a 21 anos de reclusão e multa de R$78,5 mil e 16 anos de reclusão, mais
multa de R$56 mil, perderam três fazendas.

O mega traficante Carlos Alberto da Silva Duro pegou 11 anos, multa de R$
82,3 mil e perdeu R$ 733 mil, três terrenos e uma caminhonete. Aldo José
Marques Brandão pegou 27 anos, mais multa de R$ 272 mil, e teve confiscados
R$ 875 mil e uma fazenda. Doze réus foram extraditados do Paraguai a pedido
do juiz, inclusive o "rei da soja" no país vizinho, Odacir Antonio Dametto,
e Sandro Mendonça do Nascimento, braço direito do
traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar.


"As autoridades paraguaias passaram a colaborar porque estão vendo os
criminosos serem condenados."


O juiz não se intimida com as ameaças e não se rende a apelos da família,
que quer vê-lo longe desse barril de pólvora. Ele é titular de uma vara em
Campo Grande e poderia ser transferido, mas acha "dever de ofício" enfrentar
o narcotráfico.

"Quem traz mais danos à sociedade é mega traficante. Não posso ignorar isso
e prender só mulas (pequenos traficantes) em troca de dormir tranqüilo e
andar sem segurança."

ESTE MERECE NOSSOS APLAUSOS!

POR ACASO A MÍDIA NOTICIOU ESSA BRAVURA PARA TODO O BRASIL FICAR SABENDO?
MARCOS MARCOLA E FERNANDINHO BEIRA MAR ESTÃO TODOS OS DIAS NA TV!!!

SERÁ POR QUÊ?

POR FAVOR, FAÇA A SUA PARTE! DIVULGUE O MÁXIMO QUE PUDER!!!

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