sexta-feira, 25 de abril de 2008

Geração brasileira de cabras transgênicas nasce no Ceará

Animais deverão produzir, no leite, substância usada em remédios para tratamento de imunodeficiência.


A geração do primeiro caprino transgênico da América Latina foi obtida no Laboratório de Fisiologia e Controle da Reprodução (LFCR) da Universidade Estadual do Ceará (Uece). Resultado da pesquisa "Caprinos Transgênicos como Biorreatores para Produção de Fármacos de Interesse em Saúde Humana", a experiência pretende obter uma cabra que produza, na sua glândula mamária, no leite, uma proteína para produção de medicamento de interesse em medicina humana, o hG-CSF (Fator estimulante de colônias de granulócitos humano), utilizado em vários casos de imunodeficiência, como a Aids, e para uso em pacientes submetidos a rádio ou quimioterapia.



Liderada por Vicente Freitas, da Uece, a pesquisa contou com a parceria de Antonio Carlos Campos de Carvalho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e dos pesquisadores Irina Serova e Lyudmila Andreeva, da Academia de Ciências da Rússia.



A experiência foi tentada pela primeira vez em 2006, mas o animal acabou morrendo por infecção. Foi repetida em 2007, e em março deste ano nasceram 23 crias em Fortaleza. O sucesso foi repetido pela equipe, que verificou a presença da transgenia em três cabritos, um casal da raça Canindé e um macho da raça Saanen natimorto, o que mantém o ineditismo da conquista científica no continente e coloca o Brasil no seleto grupo de países que dominam a técnica.



O exame de DNA que fez a detecção dos transgênicos foi realizado no próprio laboratório da Uece, coordenado pela pesquisadora Luciana Melo. As amostras das orelhas dos 23 cabritos nascidos entre os dias 10 e 20 de março foram enviadas para o Laboratório de Animais Transgênicos da UFRJ, para realização da contraprova.



Estadão, 25/04/2008.

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