quinta-feira, 3 de abril de 2008

Empresários e prefeitura fazem acordo antidrogas em Curitiba

Acordo inclui a instalação de câmeras de vídeo em pontos estratégicos de casas noturnas e nas raves.

Um acordo entre a Secretaria Municipal Antidrogas de Curitiba e proprietários de casas noturnas que promovem festas rave permitirá um trabalho mais acentuado na prevenção e combate às drogas. ''Não adianta apenas proibir o funcionamento das casas'', afirmou o secretário Fernando Francisquini, que é delegado licenciado da Polícia Federal. ''Ao invés disso, chamamos os empresários para conversar, compartilhando responsabilidades.''

O acordo inclui a instalação de câmeras de vídeo em pontos estratégicos das casas noturnas e nas grandes festas realizadas na região de Curitiba. Serão produzidos DVDs, que ficarão armazenados na Secretaria Antidrogas, podendo ser usados para investigações policiais. ''Teremos um banco de imagens'', disse Francisquini. Como as câmeras não podem ser colocadas nos banheiros, a prefeitura vai treinar e estabelecer uma metodologia de trabalho para vigilantes de empresas cadastradas na Polícia Federal, a fim de que possam identificar e saber agir em caso de tráfico e uso de drogas.

Os empresários também se comprometeram a desenvolver material gráfico educativo sobre o consumo de drogas, que será distribuído nas casas e festas. ''Eles abriram as portas para o trabalho dentro das casas'', salientou o secretário. Além disso, a prefeitura está criando um canil para animais treinados na identificação de drogas. Segundo ele, o objetivo é mais preventivo. ''Seria hipocrisia dizer que não entrará mais droga, mas terão que se desdobrar para fazer isso'', afirmou. ''Tem que trabalhar firme, senão perde o controle; mas acho que dará resultado em pouco tempo.''

A intenção da prefeitura de fortalecer o combate à droga veio ao encontro do desejo dos empresários de casas noturnas, que pretendiam demonstrar a repulsa contra a droga. ''Somos profissionais e não queremos ficar malfalados'', disse Riad Omairi, um dos promotores de eventos e entusiasta do acordo. Segundo ele, existem alguns ''não profissionais'' que se descuidam das medidas de segurança e acabam denegrindo a imagem do ramo.

Para o também empresário Carlos Civitate Júnior, as festas organizadas por pessoas ''não profissionais'' levaram a criar uma ''mística de que é um lugar de drogados''. ''Sempre tentamos levar a polícia para dentro dos eventos, mas não tivemos sucesso'', afirmou.


Fonte: Folha de Londrina, 03/04/2008.

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