domingo, 20 de abril de 2008

Cooperação policial internacional pode ajudar no combate ao tráfico de pessoas

Brasília - O intenso fluxo de pessoas e a facilidade de passagem de um país para outro no Mercosul tem feito com que as polícias de Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina, além do Chile, busquem um trabalho conjunto para combater um crime que afeta a todos eles: o tráfico de seres humanos.

Para isso, é preciso implementar uma legislação harmônica e realizar um trabalho de capacitação conjunta entre os policiais, defendem os representantes desses países presentes na Oficina de Cooperação e Coordenação de Policiais do Mercosul para o Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, promovida pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) em Foz do Iguaçu (PR).

“A gente tem uma necessidade de agregar as informações que estão na investigação brasileira com as informações de investigação de outro país. Para isso existem mecanismos de cooperação policial e jurídica, para que as provas colhidas num país possam ser utilizadas em outro país”, explica Felipe Seixas, delegado da Polícia Federal.

No último dia da oficina, ontem (18), representantes da Espanha, Inglaterra e de Portugal também estiveram presentes para falar sobre cooperação internacional, já que estes são os principais destinos das vítimas. A inspetora de polícia de Portugal, Isabel Burke, que atua como adida em Brasília, explicou que atualmente existem várias formas de trabalho conjunto entre os dois países.

Esses trabalhos consistem basicamente em trocas de oficiais e de informações, investigações conjuntas como a que terminou com o desmembramento de uma quadrilha em Natal (RN) que traficava mulheres do Brasil para Portugal, seminários, estudos e campanhas informativas. Mas a medida que ela mais defende é o intercâmbio de policiais entre os países que têm interesse em operações conjuntas.

“Não há dúvida de que o método mais rápido para troca de informações são os adidos. A troca de adidos policiais é fundamental”, defende a inspetora.

Quando a troca de experiências não é feita a partir de um período de trabalho conjunto, como no caso dos adidos, ele pode ser propiciado por cursos de capacitação entre países próximos.

O delegado Maurício Valeixo, que trabalha na capacitação dos policiais federais brasileiros, garante que desde o ano passado esses cursos conjuntos vêm sendo aplicados, especialmente entre policiais do Mercosul. “Com esses cursos, as polícias ficam sabendo mais sobre a legislação dos outros países e sobre as dificuldades umas das outras”, garantiu.


Agência Brasil, 20/04/2008.

Nenhum comentário:

Pesquisar este blog