sábado, 19 de abril de 2008

Casal é indiciado por homicídio





Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá foram indiciados ontem pelo assassinato de Isabella Nardoni, em 29 de março. O pai e a madrasta foram ouvidos no 9º DP, no Carandiru, zona norte de São Paulo. Os laudos dos Institutos de Criminalística (IC) e Médico-Legal (IML), que devem servir como base do inquérito, ainda estavam sendo concluídos.

O Estado teve acesso aos resultados: os peritos constataram que uma marca de esganadura no pescoço da menina é compatível com as mãos da madrasta. Uma trilha de sangue, que se tentou disfarçar, foi produzida por pingos que caíram de uma altura de cerca de 1,2 ou 1,3 metro de altura, o que é compatível com o tamanho do pai da menina. Há ainda um rastro de sangue que começa no carro de Alexandre, o Ford Ka estacionado na garagem do prédio e só foi revelado pelo uso de luminol (substância química que indica marcas invisíveis a olho nu).

Na próxima semana, a polícia deve analisar se pede a prisão preventiva. No relatório a ser enviado ao Ministério Público, o delegado deve descrever a responsabilidade de cada um na morte. O diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap), Aldo Galiano, adiantou que o indiciamento foi pelo artigo 121 do Código Penal (homicídio doloso). Caso se encontrem provas para um crime qualificado - e a denúncia seja feita nos mesmos termos pelo MP -, os dois podem ir a júri popular e pegar de 12 a 30 anos de prisão.

O casal saiu da casa dos Nardonis, no Tucuruvi, às 10h50, sob forte esquema policial. Um dos agentes chegou a ser ferido por uma pedra jogada pela multidão. O depoimento de Alexandre, comandado pelos delegados Calixto Calil Filho e Renata Pontes, começou às 11h30 e seguiu até as 19h15, quando se fez uma pausa de cinco minutos para o jantar.

Na seqüência, o depoimento prosseguiu até as 20 horas. Anna dormia em um sofá. Ela começou a ser ouvida às 20h15.


Estadão, 19/04/2008.

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