Crime ocorreu no início da noite de domingo dentro do quarto da casa onde a família mora, no Parque das Grevíleas; mãe assistia televisão quando ouviu o disparo fatal.
vida da família Matias, residente no Parque das Grevíleas, na zona norte de Maringá, nunca mais será a mesma. No início da noite de domingo, durante conversa entre dois irmãos e um primo dentro de um quarto, o pior aconteceu.
Fábio Matias, 22 anos, acabou atingido no peito por um tiro acidental de um revólver calibre 38 que foi disparado pelo irmão de apenas 15 anos.
A mãe e o pai deles estavam no sofá da sala, relaxados em frente à televisão, quando ouviram o barulho que provocou a tragédia familiar e chocou parentes e amigos.
Quando chegou ao quarto, a mãe ainda presenciou o filho de 22 anos deitado na cama gritando de dor e viu o outro filho, de 15 anos, e o sobrinho, de 16 anos, desesperados.
O pai ainda correu e levou Fábio para o Hospital Universitário, mas não foi possível evitar a morte do jovem ajudante de pedreiro, que seguia os passos do patriarca da família Matias na vida profissional.
Nem o pai e nem a mãe de Fábio sabiam que havia armas dentro do quarto onde os dois filhos e o primo conversavam. É que além do revólver calibre 38, havia uma cartucheira e munições de calibre 9 mm no local.
Nesta segunda-feira, o corpo de Fábio foi velado na Igreja São Judas Tadeu, no Parque das Palmeiras. A família evitou falar com a imprensa, que foi recebida com olhares ameaçadores pela maioria das pessoas que se despedia do jovem.
Um tio de Fábio disse apenas que a mãe e o pai estavam em estado de choque e não teriam condições de falar sobre a tragédia.
O irmão de Fábio não pode acompanhar o velório e nem o enterro, que ocorreu às 17 horas no Cemitério Municipal. O motivo é que o adolescente foi apreendido em flagrante na noite de domingo, tão logo a Polícia recebeu as primeiras informações sobre o crime.
Após prestar depoimento, o primo de 16 anos foi liberado pela Polícia Civil, mas ele deverá ser chamado novamente para depor no inquérito aberto para apurar o crime de homicídio.
O delegado Paulo César da Silva, que estava de plantão na noite de domingo, contou que os dois adolescentes afirmaram que Fábio havia comprado a arma e estava limpando o revólver, quando o irmão e o primo chegaram no quarto.
“O irmão pediu para ver e, segundo falou em depoimento, a arma estava engatilhada e acabou disparando”, contou.
O adolescente também disse à Polícia que o irmão teria comprado a arma para caçar em um sítio que seria comprado pela família. Nem Fábio e nem o irmão tem passagem pela Polícia, mas o primo deles já foi apreendido duas vezes por tráfico de drogas.
No inquérito sobre o homicídio, a Polícia vai apurar mais detalhes, principalmente sobre quem vendeu a arma e para qual finalidade ela seria usada.
Desarmamento
A campanha do desarmamento vai continuar em vigor no Brasil até 31 de dezembro de 2008. Em Maringá e região, 3.930 armas foram entregues à Polícia Federal até esta segunda-feira.
Os proprietários que fazem a entrega voluntária dentro das condições legais, recebem do governo federal de R$ 100 a R$ 300, por arma.
O Diário do Norte do Paraná, 15/04/2008.
Nenhum comentário:
Postar um comentário